As fortes rajadas de vento e a chuva como das últimas semanas se tornarão mais frequentes nos próximos meses com as velhas conhecidas chuvas de verão. Além do problema das enchentes, as quedas de árvores já voltaram à tona. E muitas pessoas estão preocupadas se a Prefeitura está se preparando para este período com ações preventivas.
Na semana passada, a reportagem acompanhou uma equipe que fazia a poda de uma árvore na Rua Serra de Botucatu. Ela estava acompanhada de um agente que vistoriava a ação e indicava os pontos a serem cortados para dar equilíbrio e sustentação à espécie.
De acordo com a Prefeitura, o trabalho de manejo de árvores na capital é diário e feito em diferentes frentes de atuação. O trabalho não acontece somente no período mais intenso de chuvas, quando ocorrem mais quedas. De acordo com mapeamento realizado, 650 mil exemplares das várias espécies na cidade estão plantadas nas mais diversas condições no viário.
“É um trabalho invisível, pois é mais perceptível apenas quando as árvores caem e a emergência acontece. As equipes trabalham no manejo diariamente, não só prevenindo quedas, mas cuidando das árvores que temos e que são importantes para a cidade. Existe uma rotina de trabalho de vistoria, poda, remoção e replantio, que acontece cotidianamente e poucas pessoas conhecem”, afirmou Francisco Gallego Pereira, supervisor da Assistência Técnica de Obras e Serviços (Atos) da Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras.
VISTORIA
De acordo com a secretaria, o trabalho preventivo contempla vistorias das árvores, que são realizadas por 74 engenheiros agrônomos divididos nas 32 subprefeituras. Com base no cadastro de cada exemplar no Sistema de Gerenciamento das Árvores Urbanas (SisGau), os profissionais rondam os bairros onde atuam e fazem uma avaliação com base em 80 itens técnicos para determinar se aquela espécie está doente ou se tem risco de cair.
“Temos casos de árvores cujas raízes são cortadas pelo munícipe em uma reforma de calçada, por exemplo. A árvore é um ser vivo, que age de forma inesperada e está suscetível. Uma árvore molhada pela chuva fica mais pesada e, se ela perdeu o centro de equilíbrio ou a instabilidade, vai reagir e cair”, disse Pereira.
REPLANTIO
Mas nem sempre as espécies que são retiradas são replantadas. A compensação ambiental está entre as maiores deficiências na região do Tatuapé. Exemplos não faltam e a reportagem desta Gazeta já noticiou várias situações de canteiros vazios. Desta vez a equipe chama atenção para a Rua Cantagalo, altura do número 1.117, no lado oposto da calçada. Há meses a árvore foi retirada e até agora encontra-se no local a raiz. Pelo visto não há nenhum sinal de que uma nova espécie será plantada no local.
Outro exemplo que já deu o que falar no bairro diz respeito às obras no Clube Escola Tatuapé. O espaço que recebe intervenções para ser transformado no Território CEU Carrão/Tatuapé teve várias espécies retiradas por conta dos trabalhos. De acordo com informações já divulgadas, a compensação ambiental será feita lá mesmo e está sendo projetado o plantio de mais de 250 novas espécies. Estamos de olho.