Jovem artista que demarcou forte presença em 2011 na 8ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre) e em “Agora/Ágora”, Rommulo Vieira Conceição chega ao circuito expositivo de São Paulo com um conjunto de peças que frisa com nitidez a qualidade e o frescor de sua produção, em sintonia criativa com as novas linguagens da escultura e da fotografia contemporâneas.
Reunindo arte e ciência, Rommulo investiga os fenômenos de percepção e codificação do espaço em diversos meios: instalação, fotografia, objeto, escultura e desenho. Para sua exposição na Funarte/SP, as curadoras Angélica de Moraes e Bruna Fetter reuniram fotografias, objeto e escultura/instalação cujo eixo é a análise dos fenômenos de percepção ótica e semiótica do espaço. Ou seja, a investigação do modo como o espaço pode ser percebido e representado, assim como a simbologia que gravita em torno dessa percepção, potencializando a leitura e escavando nela uma dimensão poética.
FOTOGRAFIA E ESCULTURA
As fotografias investigam a noção de visão panóptica, ou seja, aquele olhar totalizador que consegue abranger, de um único ponto de vista, toda a cena à sua frente. As imagens de interiores obtidas por Rommulo nos sóbrios espaços finlandeses e na atmosfera carregada de memória da Argentina nos provocam a reunir e interpretar indícios da personalidade e da história dos habitantes (nunca representados) daqueles espaços.
O objeto e a escultura/instalação, conforme o texto da curadoria, “promovem um rebatimento dessas questões panópticas para a tridimensionalidade, gerando arquiteturas impossíveis. Nesses trabalhos, observa-se a influência da escultura unmonumental, ou seja, a escultura contemporânea que se faz em oposição aos critérios tradicionais dessa expressão milenar. Não há monumentalidade, não há afirmação de certezas pétreas. As obras de Rommulo refletem a perplexidade com a fragmentação do entendimento de mundo deste século 21”.
ESCULTURA
A peça central da exposição é a escultura/instalação “Estruturas Dissipativas/Balanço”. Conforme o texto curatorial, esse trabalho “mistura as fronteiras entre escultura, arquitetura e design de objetos, embaralhando espaço público e privado. A obra é composta por fragmentos de paredes, gavetas, revestimentos diversos e objetos do cotidiano caseiro. O protagonista é um balanço, utilizado pelos visitantes para ampliar o entendimento do que propõe essa máquina de entender o espaço complexo do século 21 e nossa vivência nele, cheia de percepções transitivas, momentâneas”.
SERVIÇO
Rommulo Vieira Conceição – “Através, Cuidadosamente”.
Até 29 de janeiro na Funarte São Paulo – Galeria Mario Schenberg (Alameda Nothmann, 1058, tel. 3662-5177).
De segunda a quarta, das 10 às 18 horas; e de quinta a domingo, das 15 às 22 horas.
Entrada Franca.