A princípio a rua não apresenta nada de errado, mas de repente o asfalto afunda. Geralmente o problema acontece nos locais que passaram por operações tapa-buraco ou por algum tipo de obra realizada por concessionárias de tevê, telefone e água, ou pela própria Prefeitura.
IDA MOREIRA
No Tatuapé, não é difícil encontrar trechos nesta situação. A Rua Ida Moreira, por exemplo, uma pequena ligação entre as ruas Antonio de Barros e Aralu, tem vários trechos com afundamento. Quando se está a pé é fácil notar as marcas dos remendos no asfalto e, consequentemente, as suas imperfeições.
NELLO BINI
Quase que imperceptível, o afundamento no asfalto também está presente na Rua Nello Bini, na altura da Rua Nagib Izar, no Jardim Anália Franco. De carro dá para sentir a diferença ao passar pelo local, mas para quem está à pé, a imperfeição é notada dependendo do ângulo que se olha. Entretanto, as fendas dão a entender que alguma intervenção já foi realizada neste trecho.
HENRIQUE DUMONT
Ao contrário do endereço anterior, o afundamento na Rua Antonio João Fiore, bem na faixa de pedestres, antes de se chegar à Rua Henrique Dumont, é bem visível. No ano passado, esta Gazeta noticiou por mais de uma vez o buraco que se formou no local em volta da tampa de galeria. Ele foi tapado e, quase seis meses depois, o asfalto está começando a afundar. Dá até para notar as fendas se formando e uma marca grande de recorte em toda a extensão da faixa de pedestres.
SOLUÇÃO
A reportagem entrou em contato com o engenheiro Roberto Massaru Watanabe para saber se há como evitar o problema. Como resposta, Watanabe destacou que os locais apresentados na matéria mostram afundamentos do leito carroçável decorrentes da falta de compactação do material do reaterro.
“Isso acontece quando é feita alguma manutenção da rede enterrada, ou seja, de adução de água, esgoto, distribuição de gás; alimentação elétrica e de telefonia, por exemplo. É muito grande a quantidade de dutos, canos e cabos que ficam enterrados nas vias, e elas não são feitas apenas por canos e cabos. Precisam ter caixas de distribuição, equipamentos de controle, válvulas, transformadores e uma série de equipamentos que ficam dentro de caixas ou salas no subsolo. Então, tudo precisa sofrer uma manutenção periódica, pois as coisas sofrem desgaste com o tempo. Nessa hora, a única forma é abrir um buraco até chegar aos seus componentes”, explicou.
Watanabe continuou: “Então, para evitar que a via pública fique intransitável, a Prefeitura, que é quem concede todas as concessões, faz notar no Contrato de Concessão em que condições (dias, horários) e como (faixas, avisos pela imprensa, cavaletes, sinalizadores) os buracos podem ser abertos, por quanto tempo podem permanecer abertos e como devem ser reaterrados (fechados).”
Na avaliação do engenheiro, a solução para que o afundamento não ocorra está nas mãos da própria Prefeitura. “Com a fiscalização dos serviços realizados. Ela deve verificar se o serviço de compactação está sendo feito direito e ao final emitir um Certificado de Conclusão das Obras. Se os reaterros estão cedendo é por que alguma coisa falhou. Ou não usaram a argila especificada pela Prefeitura; ou não compactaram a argila com CBR mínimo de 12% – índice técnico conhecido como Índice de Suporte CBR adotado em todos os países do mundo e que é definido pela Universidade da California. A tradução literal do CBR é California Bearing Ratio”, concluiu Watanabe.