Com as principais ruas, avenidas e praças que são históricas, fica registrado nesta edição um trabalho de profundidade realizado pelo historiador Pedro Abarca.
As fontes pesquisadas são oficiais, o que ratifica de forma inequivoca a expressiva história do Tatuapé, com personagens e fatos que mostram a notoriedade do bairro desde longos anos atrás, e os caminhos que levaram à grandeza do bairro.
Falar do Tatuapé é afirmar a pujanca de um bairro que tem um desenvolvimento inigualável, não só em São Paulo, como também em todo o País.
As várias mudanças sofridas pela sua caracterização: agrícola, industrial, para ser hoje um bairro mesclado de comércios, grandes shoppings, prestação de serviços, variadas opções gastronômicas e de contexto residencial de excelente qualidade, tornaram-no um bairro diferenciado, onde a procura para morar e instalar novas empresas passou a ser um fato comum.
Quando afirmamos que o Tatuapé tem praticamente tudo e o que não tem está para chegar, logicamente nos baseamos nessa verdadeira loucura de pessoas e empresas que diariamente instalam-se no bairro.
A vantagem considerável do Tatuapé é a forma de vida de sua gente e os que aqui chegam logo se adaptam, sendo um povo simples, sem muita pomposidade, caracterizando-se como uma cidade do interior. As mais diversas classes sociais convivem em perfeita harmonia e amizade.
E toda essa forma de ser de sua gente também se evidencia nos mais diversos cidadãos que deram seus nomes aos logradouros do Bairro Gigante, sendo parte integrante da história pesquisada por Pedro Abarca.
RUA ANTONIO DE BARROS
Antônio de Barros foi um povoador setecentista. Como vereador, em 21 de novembro de 1737, foi designado para servir como administrador do conserto de um trecho do Caminho do Mar e respectivas pontes e aterrados. Juntamente com ele, foram nomeados outros dois administradores: José da Silva e José da Silva Gois, para cuidarem de outros trechos.
Cabe aqui uma explicação: em séculos passados era costume de as autoridades municipais designarem e responsabilizarem moradores das diversas regiões da capital no sentido de zelarem pela conservação e conserto de ruas e estradas próximas às suas moradias.
RUA ALMIRANTE CALHEIROS
Francisco Calheiros da Graça nasceu em Maceió, em 3 de julho de 1849. Em 1902, ingressou na carreira militar e alcançou o alto posto de almirante. Participou ativamente da campanha do Paraguai, distinguindo-se por atos de bravura nas passagens de Humaitá e Curupaiti. Contribuiu para a construção do Arsenal da Marinha. Foi membro do Bureau de Longitudes de França e vice-presidente do Congresso de Navegação Interna, reunido em Paris em 1892.
RUA ANTÔNIO CAMARDO
Imigrante italiano, Antônio Camardo chegou ao Brasil em 1896, acompanhado de sua esposa, Vitória de Chiro Camardo. Após cumprir um ano de contrato na fazenda de Itatiba, transferiu-se para São Paulo, no bairro do Tatuapé. Percebendo a falta de cavalos, burros, gado leiteiro e suíno na região, logo começou a fazer intercâmbio entre fazendeiros de Minas Gerais e chacareiros locais. Construiu um dos mais belos palacetes do bairro, no Largo do Bom Parto, e nele recepcionava os negociantes de outras regiões em visita a São Paulo. Empregou suas economias em grandes glebas de terra, chegando a ser um dos mais importantes proprietários do bairro. Foram os pais de Ângelo, Antônio, Maria, Carmela, Cristina, João e Nicola.
RUA ANTÔNIO MACEDO
Antônio Macedo foi povoador do século XVI. Era um dos muitos filhos de João Ramalho, lendário fundador e alcaide da Vila de Santo André da Borda do Campo. Essa Vila foi extinta por ordem de Mem de Sá, terceiro governador geral do Brasil.
RUA APUCARANA
Apucarana é uma serra da antiga província de São Paulo, hoje pertencente ao Estado do Paraná. Nela, os antigos moradores de São Paulo exploravam o ouro, que era pouco abundante. Da região de Apucarana, Fernão Dias Pais Leme trouxe para São Paulo numerosos escravos ameríndios, situando-os nas terras do Capão, região de Pinheiros.
RUA ARNALDO CINTRA
A via ocupa o trecho entre a Rua do Tatuapé e a Avenida Condessa Elisabeth de Robiano. Arnaldo Cintra foi, durante muitos anos, secretário da Prefeitura de São Paulo.
RUA CANTAGALO
A denominação se deve à existência de uma chácara de 10 mil m2, localizada na altura do antigo n° 48. Isso porque o imóvel pertencia ao casal Cesário Pereira Galero e Maria Lacaz Galero, esta nascida em Cantagalo, Estado do Rio, daí, portanto, a denominação da via. A chácara foi doada em testamento à Liga das Senhoras Católicas, para nela ser erigida a Casa de São Cesário, com berçário, creche e centro social, cuja pedra fundamental foi lançada em 10 de junho de 1959.
RUA COELHO LISBOA
João Coelho Gonçalves Lisboa, educador e político brasileiro, nasceu em 1859, na Paraíba do Norte. Formado em Direito pela Faculdade de Recife, tomou parte na propaganda abolicionista e republicana na época do Império. Na revolta de 6 de setembro de 1893, foi comandante fiscal do Batalhão 23 de Novembro. Exerceu os cargos de chefe de polícia da Paraíba, deputado federal (1894 – 1899) e senador da República pelo seu estado.
RUA CESÁRIO GALERO
Cesário Pereira Galero nasceu em 25 de fevereiro de 1850, na freguesia de Sant’Anna, Ilha de São Miguel, Açores, Portugal. Aos nove anos desembarcava no Rio de Janeiro, em 7 de setembro de 1859. Trabalhou no Rio de Janeiro para pagar sua passagem e depois trasladou-se para Cantagalo, estado do Rio. Depois, veio para São Paulo, onde trabalhou no ramo de hotelaria, e acabou sendo proprietário dos hotéis: Nacional e Brasil, localizados na Avenida Rangel Pestana. Homem de excelente caráter, trabalhador e filantropo, gozou de alto conceito e reputação. Cesário faleceu em São Paulo, em 2 de abril de 1942.
RUA CORONEL LUIS AMERICANO
O coronel Luis Americano nasceu em 1848. Combateu na Guerra do Paraguai e foi ferido na batalha de Tuiuti. Entre outros cargos, foi alto funcionário do Tesouro do Estado. Teve importantes glebas de terrenos nos bairros do Tatuapé e Penha. Faleceu em 1935.
RUA DEMÉTRIO RIBEIRO
A antiga Estrada do Caguassu inicia na Avenida Álvaro Ramos e termina na Rua Coelho Lisboa. Demétrio Nunes Ribeiro nasceu em Alegrete, Rio Grande do Sul. Formou-se em engenharia pela Politécnica do Rio de Janeiro. Foi diretor da Escola Normal de Porto Alegre. Em 1889, fez parte do governo provisório do Marechal Deodoro da Fonseca, juntamente com Benjamin Constant, Rui Barbosa, Quintino Bocaiuva e outros. Era o responsável pela pasta da Agricultura. Deixou o governo republicano por discordar da política econômica de Rui Barbosa, na época ministro da Fazenda de Deodoro. Demétrio Ribeiro faleceu com 76 anos, no Rio de Janeiro, em 1932.
RUA DOM ANDRÉS LAMAS
Dom Andrés Lamas nasceu em Montevidéu em março de 1817. Em 1850, recebeu o grau de doutor em leis na Universidade de Montevidéu. Entrou para a magistratura ocupando o cargo de alcaide cessionário em 1842 e o de juiz. Exercia esses cargos, quando o Exército, sob o comando de Oribe, provocou a guerra civil. Nessa época, dá nova nomenclatura às ruas da capital, funda seu Instituto Histórico e Geográfico e a Casa da Moeda da República. Daí por diante, ocupa cargos de responsabilidade e escreve para jornais. Em 1851, termina a ditadura de Rosas, provocada principalmente pela derrota de Montes Caseros infligida pelo Brasil.
RUA DOMINGOS AGOSTIM
Antiga Rua Oito. Começa na Rua Bom Sucesso e termina na Rua Tuiuti. Domingos Agostim foi um povoador paulista do século XVI.
RUA DONA CÂNDIDA
Cândida Borba de Azevedo Soares foi esposa do dr. Joaquim José de Azevedo Soares, patriarca da nobre família que tanto orgulho deu aos tatuapeenses. O casal teve dois filhos: Lourival e Edgar. O primeiro, casado com lida, foi pai de Carmem, Ruth e Odete. O segundo, casado com Angelina, pai de Dirce, Edite, Edgar e Washington. Dona Cândida, católica fervorosa, em 1908, juntamente com seu esposo, doou o terreno para a construção da capela de Nossa Senhora do Bom Parto, da qual era devota.
RUA DO TATUAPÉ
Trata-se da antiga Estrada Velha da Penha, com início na Rua São Jorge e término no Largo São José do Maranhão. Topônimo tradicional em São Paulo, designativo do ribeirão do mesmo nome, afluente do Tietê.
RUA DR. ÂNGELO VITA
Localiza-se entre a Avenida Celso Garcia e a Rua Melo Peixoto. Ângelo Vita, médico residente na região, foi ferido e morto durante a revolução de 1924. O fato ocorreu quando ele socorria populares feridos durante o movimento militar.
RUA DR. CORYNTO BALDOÍNO DA COSTA
Corynto Baldoíno da Costa nasceu na cidade de Canavieiras, Bahia, em dezembro de 1896. Formou-se contador, em 1916, pela Faculdade de Ciências Econômicas da Bahia. Depois, diplomou-se em medicina, em 1930, pela Faculdade de Medicina do mesmo estado. Passou os últimos anos residindo e clinicando no Tatuapé. Faleceu em 14 de julho de 1967.
RUA DR. RAUL DA ROCHA MEDEIROS
Anteriormente Rua 5 e Piratininga a via tem início na Avenida Celso Garcia e termina na Rua Cunha Abreu (junto à Praça José Giudice). Raul da Rocha Medeiros nasceu no Estado da Bahia em 1887. Foi presidente da Câmara e prefeito de Monte Alto, cidade paulista, durante 10 anos. Posteriormente se elegeu deputado estadual e federal. Foi diretor do jornal Correio Paulistano, presidente da Sociedade Rural Brasileira e do Instituto Brasileiro do Café.
RUA EMÍLIA MARENGO
Começa na Rua Serra do Japi e termina na confluência das ruas Antônio de Barros e Acuruí. Emília Marengo era esposa de Francisco Marengo, o consagrado viticultor do Tatuapé. Era muito querida pelo povo por sua dedicação aos necessitados.
RUA EMÍLIO MALLET
A via percorre o espaço entre as ruas Tuiuti e Antônio de Barros. O tenente-general Emílio Luís Mallet, barão de Itapevi, nasceu em Dunquerque, França, em 10 de junho de 1801. Prestou serviços ao Exército brasileiro em 1822. Esteve nas guerras de Independência e de Cisplatina. Pelo trabalho foi promovido a major em 1853, e a tenente-coronel em 1863. Deu provas de bravura em combate, tendo dirigido o bombardeio de Paissandu até sua rendição. Tornou-se célebre na batalha de Tuiuti com sua “artilharia-revólver”, o que lhe valeu a ascensão a coronel. Faleceu no Rio de Janeiro, em 2 de janeiro de 1886.
RUA EUCLIDES PACHECO
Começa na Rua Tuiuti e termina na Rua Antônio de Barros. Euclides Pacheco foi funcionário da Prefeitura Municipal de São Paulo.
RUA FRANCISCO MARENGO
Francisco Marengo nasceu em Piemonte, Itália, em 1875. Chegou ao Brasil, em 1884, com nove anos, em companhia dos seus pais. Seu pai, conhecedor de técnicas de viticultura, trabalhou na chácara do dr. Luís Pereira Barreto, localizada na atual Avenida Rio Branco. A melhora na qualidade das uvas conseguida por eles foi fantástica. Logo eram conhecidas em toda São Paulo. Mais tarde, devido ter se tornado pequena a propriedade do médico, separaram-se. O dr. Barreto comprou terras em Pirituba. Já Benedito comprou uma gleba de 24 m2, no Tatuapé. As terras ficavam limitadas pelas atuais ruas Serra de Bragança, Cantagalo, Monte Serrat e Francisco Marengo. Em 1889, Benedito mandou vir dos Estados Unidos um lote de uvas Niagara. Essa qualidade de uvas adaptou-se muito bem ao solo e clima das terras brasileiras, tornando a chácara Marengo conhecida nacionalmente.
Em 1897, com 49 anos, morre o pioneiro. Toma o seu lugar à frente da família e da propriedade Francisco, com 22 anos na época. Com ele, a chácara Marengo continuou a crescer, logo tornando-se pequena. Era necessário adquirir mais terras. A propriedade foi ampliada com a compra de um terreno de 96 m2, no local onde atualmente se encontra o Hospital Municipal do Tatuapé. Em pouco tempo, a chácara Marengo distribuía seus frutos por todo o território brasileiro.
RUA FELIPE CAMARÃO
Tem início na Avenida Celso Garcia e vai até a Rua Catiguá. O mais provável é que o índio Poti, que mais tarde se chamaria Felipe Camarão, tenha nascido no Rio Grande do Norte, em 1580. Em 1614, era chefe da tribo dos potiguares. Conta-se que fez, a pé, a viagem do Rio Grande do Norte ao Maranhão para tomar parte na conquista desse estado por Gerônimo de Albuquerque. Casou-se com Clara Camarão, a índia heroína que passou à história ao lado do seu esposo. Em 1630, ajudou a defender Olinda por ocasião da invasão dos holandeses. Em 1636, próximo a Porto Calvo, tendo o general Luiz de Rosas y Borja perdido a batalha de Mata Redonda, ao lado do capitão Rebelo, salva o exército pernambucano da completa destruição.
RUA FERNANDES PINHEIRO
José Feliciano Fernandes Pinheiro, Visconde de São Leopoldo, nasceu em Santos, em 9 de maio de 1774. Em Coimbra, em 1798, com 24 anos, obteve o grau de bacharel. Estudou direito canônico, mas não seguiu a carreira eclesiástica, pois sua vocação estava voltada para a magistratura. Exerceu, por três anos, a profissão em Lisboa. Em 1801, protegido por seu parente, Diogo Lara e Ordonhes, é nomeado juiz das Alfândegas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. No entanto, essas alfândegas deveriam ser ainda criadas. Somente em 1804 conseguiria criar a de Porto Alegre. Instituída na mesma época a Junta da Fazenda, foi nomeado procurador da Coroa. Ao mesmo tempo ocupava os cargos de juiz conservador dos contratos do quinto e do dízimo e inspetor do papel selado.
RUA HEITOR BARIANI
A antiga Rua Mongaguá existe entre a Avenida Celso Garcia e a Rua Ulisses Cruz. Heitor Bariani foi um benfeitor da região Leste.
RUA HENRIQUE LINDENBERG
A antiga Rua Um representa o trecho entre a Rua Coronel Carlos Oliva e termina na Rua Bernardo Magalhães. Henrique Lindenberg foi um médico otorrinolaringologista. Faleceu em 13 de junho de 1938.
RUA ITAPURA
Antiga colônia militar e estabelecimento naval, à margem direita do rio Tietê, foi criado por decreto de 26 de junho de 1856. A criação das diversas colônias, Itapura, Avanhandava e outras, visava facilitar e garantir as comunicações com o Estado de Mato Grosso. O significado da palavra em tupi-guarani é: itá = pedra, bura = que emerge das águas.
RUA ICARAÍ
Sua extensão vai da Rua Souza Breves até a Rua Antônio de Barros. Nome antigo de uma praia de Niterói, no Rio de Janeiro.
RUA ISIDRO TINOCO
Trecho compreende a extensão da Rua Padre Estevão Pernet até a Praça Silvio Romero. Isidro Tinoco de Sá, defensor dos índios, aparece com grande destaque na história de São Paulo. Em 1684 foi procurador da Câmara. Foi também um dos primeiros provedores da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
RUA ITAPETI
Começa na Rua Coelho Lisboa e termina na Rua Monte Serrat. Refere-se à serra do Estado de São Paulo, junta-se entre os rios Tietê e Paraíba com o Morro da Barra, desenvolvendo-se depois para noroeste até o Município de Guararema.
RUA JACIRENDI
Seu início se dá na Avenida Celso Garcia e chega até a Avenida Condessa Elisabeth de Robiano. O nome se origina da Vila Paulista pertencente ao Município de Santa Rita do Passa Quatro.
RUA MONTE SERRAT
Monte Serrat ou Monserrate, em Santos, é a denominação atual do antigo Morro de São Jerônimo, nome do ribeiro que corre ao seu lado, chamado Outeiro de Braz Cubas. No alto desse morro está edificada a Capela de Nossa Senhora do Monserrate.
RUA MARIA EUGÊNIA
Tem início na Avenida Celso Garcia e termina na Rua Sabatino Nastari. Maria Eugênia era filha de Joaquim Eugênio de Lima e esposa do Ministro Rocha Azevedo.
RUA MARTINS PENA
Começa na Rua Almirante Calheiros e vai até a Rua Coronel Carlos Oliva. Martins Pena nasceu no Rio de Janeiro, em 5 de novembro de 1815. Órfão, muito criança, foi destinado à carreira comercial por seus tutores. Espirito versátil, começou a frequentar aulas na Academia de Belas Artes, onde adquiriu um conhecimento básico de arquitetura, pintura e escultura. Ao mesmo tempo, estudava música, arte da qual se ocupou por longo tempo. Mais tarde, não satisfeito, resolveu dedicar-se ao estudo de línguas, com o objetivo de conhecer profundamente a literatura. Serviu no Ministério do Exterior até 1847, data em que seguiu para a Europa como adido na Embaixada de Londres. Um ano depois, atacado por grave enfermidade, embarcou para o Brasil e acabou falecendo em meio da viagem.
RUA MELO PEIXOTO
Sua extensão abrange desde a Rua Teixeira de Melo até a Rua Aiarani. João Batista de Melo Peixoto nasceu em Garanhuns, Pernambuco, em 8 de março de 1856. Foi político e importante propagandista dos ideais republicanos. Exerceu inúmeros cargos na vida pública, dentre os quais destaca-se o de secretário de governo da Província de São Paulo.
RUA MOZART DE ANDRADE
A via tem início na Rua Itapeti e termina na Rua Emília Marengo. Mozart de Andrade foi um dos fundadores da Sociedade Amigos da Chácara Santo Antonio. Homem ligado aos problemas da Zona Leste, foi um incansável batalhador pelas melhorias de seu bairro e de toda a região. Mesmo com saúde precária, desenvolveu campanhas para alfabetização de adultos.
RUA PADRE ADELINO
Compreende o trecho entre a Praça Barão do Tietê e a Praça Silvio Romero. Padre Adelino Jorge Montenegro bacharelou-se em advocacia pela Faculdade de Direito, em 1871. Elemento de grande projeção na igreja, foi vigário geral e secretário do bispado ao tempo de Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho. Como advogado, atuou com desenvoltura em processos nos foros de São Paulo e da cidade de Santos. Era normal os habitantes locais verem-no passear de charrete pelas picadas do Tatuapé, principalmente onde hoje conhecemos por Vila Gomes Cardim. Tal era seu fascínio pela região, que já em 1886, tentara junto às autoridades municipais isenção de taxas e impostos para a construção de uma capela em louvor à Nossa Senhora do Parto, da qual era devoto.
RUA PROFESSOR PEDREIRA DE FREITAS
Pedreira de Freitas nasceu em Mococa, Estado de São Paulo, em 1917. Foi catedrático do Departamento de Higiene e Medicina Preventiva da Faculdade de Ribeirão Preto. Fez seus primeiros estudos no Liceu Pasteur, Ginásio São Bento e Colégio São Luis. Durante os anos na faculdade, o professor Pedreira de Freitas já demonstrava sua notável inteligência, laureando-se todos os anos. Conquistou, por duas vezes, o prêmio “Paulo Montenegro”. Após fazer em nosso país diversos cursos de aperfeiçoamento, viajou para os Estados Unidos, onde se graduou em Saúde Pública, pela Universidade John Hopkins. Em 1934, ingressou no Departamento de Parasitologia da Faculdade de Medicina de São Paulo.
RUA PADRE ESTEVÃO PERNET
Esse nome, aportuguesado para Estevão Pernet, foi dado à antiga Rua do Ouro em sua homenagem. Pernet nasceu na cidade de Villexon, França, em 23 de julho de 1824, e faleceu com 75 anos, em Paris, em 31 de abril de 1899. Ele foi um dos participantes da Congregação dos Padres Assuncionistas, fundada pelo padre Manuel D’Alzon, na França, no Natal de 1850.
RUA SERRA DE BOTUCATU
Refere-se à serra do Estado de São Paulo que corre do Sudeste para Noroeste e, entre outros municípios, destaca-se entre Guarei, Tatui e Rio Bonito.
RUA SERRA DE BRAGANÇA
É uma referência à serra que se inicia além de Atibaia e alcança sua maior altitude junto à cidade de Bragança, quase encostando na Serra da Mantiqueira.
RUA SERRA DE JAPI
Compreende o trecho entre a Rua Melo Freire e a Rua Emília Marengo. A denominação é oriunda da serra do Estado de São Paulo que passa pelos municípios de Jundiai, Itu, Parnaíba, Araçariguama e Cabreúva.
RUA SÃO JORGE
Começa na Avenida Celso Garcia e termina na Avenida Condessa Elisabeth de Robiano. Era costume, diz um cronista da época, todos os anos sair uma procissão de São Jorge do Quartel do Corpo de Bombeiros, situado no local onde se acha atualmente o Palácio da Justiça. Promovida pela Irmandade de São Jorge, realizava-se no mesmo dia em que tinha lugar a procissão do Corpo de Deus. A marcha era puxada por cavaleiros trajados a caráter. Ladeado por dois soldados que o mantinham sobre a sela de um cavalo branco, o santo fazia o percurso vestido com sua tradicional armadura. Após um grave acidente ocorrido em 1872, não foram realizadas suas tradicionais procissões. Sua data de comemoração é 23 de abril.
RUA TUIUTI
Começa na Avenida Condessa Elisabeth de Robiano e vai até a Rua Demétrio Ribeiro. A Guerra do Paraguai, que envolveu os países Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, foi a mais longa ocorrida na América do Sul, durou de novembro de 1864 a março de 1870. Para combater Francisco Solano Lopes e seus planos expansionistas, uniram-se brasileiros, argentinos e uruguaios, formando o que se chamou de Tríplice Aliança. Nessa guerra travaram-se grandes batalhas, sendo as mais famosas a Batalha do Riachuelo, a de Campo Grande, a de Laguna e a de Tuiuti. Como não podia deixar de ser, nomes de grandes militares brasileiros emergiram em meio a esses entreveres: General Manuel Luís Osório, Almirante Francisco Manuel Barroso, General Luís Alves de Lima e Silva (o Duque de Caxias), coronel Emílio Luís Mallet e outros.
RUA VILELA
Sua extensão vai desde a Avenida Celso Garcia até a Rua Serra de Bragança. José Vilela de Magalhães foi um antigo proprietário de uma gleba de terra com frente para a Avenida Celso Garcia e fundos nas proximidades da via férrea da Central do Brasil. Lateralmente um dos lados acompanhava a atual Rua Vilela e limitava com a propriedade do Dr. Clementino de Souza Castro, que ficava onde está a atual Rua Coronel Souza Reis.
RUA VISCONDE DE ITABORAÍ
Abrange o trecho desde a Rua Melo Freire até a Rua Tijuco Preto. Joaquim José Rodrigues Torres, Visconde de Itaboraí, nasceu em Itaboraí, Província do Rio de Janeiro, em 13 de dezembro de 1802. Era bacharel em Matemática, pela Universidade de Coimbra e foi senador do Império. Conselheiro do Estado, do Conselho do Imperador, Oficial da Ordem do Cruzeiro, Grã-Cruz da Ordem Espanhola de Carlos III, Lente da Academia Militar em 1826, deputado pela sua Província em três legislaturas. Senador em 1844 e Ministro da Marinha de 10 de julho de 1831 a 13 de setembro de 1832 e também nos períodos de 17 de setembro de 1837 a 18 de maio de 1840. Foi Ministro da Fazenda em 29 de setembro de 1848, 14 de julho de 1853 e 16 de julho de 1868.
AVENIDA CELSO GARCIA
Antiga Avenida da Intendência. Começa na Rua Dr. Ricardo Gonçalves e termina na Avenida Aricanduva. Afonso Celso Garcia da Luz formou-se em Direito em 1895. Dedicou sua vida à advocacia e ao jornalismo. Espírito culto e tribuno de grandes recursos de oratória, conquistou gerais simpatias, principalmente entre as classes operárias, das quais foi um grande amigo e defensor.
AV. CONDESSA ELIZABETH DE ROBIANO
Vai da ponte da Vila Maria até a ponte do Aricanduva. Condessa Elisabeth de Robiano foi a fundadora da Congregação das Irmãs de São Vicente de Paulo. Essas religiosas vieram para o Brasil no final do século passado. Mantêm em São Paulo uma dezena de obras educacionais e assistenciais, entre elas o Colégio Normal São Vicente de Paulo, na Penha. A denominação da avenida foi motivada pelo pedido feito às autoridades por duas mil alunas do colégio, devido ao transcurso do centenário de falecimento da fundadora da Congregação.
AVENIDA SALIM FARAH MALUF
Compreende o trecho entre a Avenida Condessa Elisabeth de Robiano e as proximidades da Rua Marechal Barbacena. Salim Farah Maluf nasceu em Hadad Baalbeck, Líbano, em primeiro de julho de 1894. No Brasil, iniciou seus negócios comercializando material de construção em bairros centrais e periféricos. Alguns anos depois, passou a negociar com madeira, para isso estabelecendo uma pequena serraria nas imediações do bairro da Luz. Era o início daquela que viria a ser a Serraria Americana, a maior de São Paulo. Em 1937 naturalizou-se brasileiro. Faleceu em 25 de dezembro de 1943.
LARGO NOSSA SENHORA DO BOM PARTO
O antigo Largo do Espírito Santo fica entre as ruas Azevedo Soares, Serra de Japi e Euclides Pacheco. Primeiramente, a praça ocupava o terreno ao lado de uma antiga capela pertencente ao senhor Francisco José de Souza Vila Nova. Em 1909, o dr. Joaquim de Azevedo Soares e sua esposa Cândida, compram esse terreno e o doam à Irmandade do Divino Espírito Santo, entidade recém-criada. Tinha a Irmandade a função de zelar e administrar a capela. A igreja foi consagrada à devoção do Espírito Santo e à Nossa Senhora do Parto. Inicialmente o largo ficou conhecido pelo nome da entidade zeladora. Mais tarde, 24 de agosto de 1916, foi legalizado com o nome da santa padroeira. No final da década de 50, após longo litígio com a Prefeitura, a paróquia perdeu a posse do terreno. O vigário e os devotos de Nossa Senhora do Parto conseguiram levantar fundos e comprar um terreno ao lado, no qual ergueram a nova igreja.
LARGO SÃO JOSÉ DO MARANHÃO
Fica entre a Rua Antônio de Barros, Travessa Olhos de Sonho e Estrada Velha da Penha. Em 1897, a Capela Santa Cruz do Desterro passa a ser denominada São José do Maranhão. Desconhece-se o motivo que originou a alteração. Talvez tenha sido pelo fato de as crianças que aprendiam catecismo com dona Tereza, filha de Benedito Maciel, um dos primeiros moradores daquela região, terem de fazer a primeira comunhão na Igreja São José do Belém.
PRAÇA SILVIO ROMERO
Compreende o entorno das ruas Tuiuti, Serra de Bragança e Coelho Lisboa. Silvio Vasconcelos da Silveira Ramos Romero nasceu na Vila do Lagarto, Sergipe, em 21 de abril de 1851. Eram seus pais o negociante português André Ramos Romero e Maria de Vasconcelos Silveira Ramos Romero. Na sua primeira infância, uma epidemia de febre amarela invadiu Lagarto, fazendo com que seus pais o enviassem a um engenho de propriedade dos seus avós maternos. Tinha cinco anos quando nova epidemia, desta vez de cólera, o devolveu a Largato, onde ficou até 1863, ali fazendo seus primeiros estudos. Aos 12 anos foi para a Corte fazer um curso secundário no Ateneu Fluminense, nele ficando até 1867. Em 1868 voltou para o Nordeste, bacharelando-se em Direito pela Faculdade de Recife em 1873. Nesse estabelecimento acabou tornando-se grande amigo de Tobias Barreto, que já se impunha no conceito da juventude acadêmica. Durante o período em que estudava já colaborava com diversos jornais de Recife: Correio Pernambucano, Diário de Pernambuco, Jornal de Recife e A República. Após graduar-se foi promotor na localidade de Estância, interior sergipano. A seguir, ingressou na política tendo sido eleito deputado provincial. A partir de 1879, fixa-se no Rio de Janeiro, passando a colaborar no jornal “O Repórter”, dirigido por Lopes Trovão. Defensor das ideias de Tobias Barreto e da Escola de Recife, é atacado por A.H. de Souza Bandeira, Carlos de Laet e Machado de Assis. Em 1880, a Revista Brasileira começa a publicar seus trabalhos. Nesse mesmo ano concorre a dois concursos para a cadeira de Filosofia do Colégio Pedro II. É aprovado no segundo por decreto imperial de 13 de maio, o primeiro havia sido anulado. Em 1893 começa a publicar as obras de Tobias Barreto, isso após já ter vários trabalhos publicados. Em 1896, aceita sua inclusão como membro fundador da Academia Brasileira de Letras, escolhendo Hipólito da Costa como patrono da sua cadeira. Em pleno regime republicano, é eleito deputado federal pelo Estado de Sergipe. No exercício dessa gestão foi nomeado relator da Comissão dos 21, encarregada da elaboração do Código Civil. Silvio Romero casou-se três vezes. Sua primeira esposa, Clarinda Diamantina de Araújo, tinha 15 anos. Faleceu dez anos depois deixando-lhe os filhos: André, João, Edgar e Clarinda. Em 1887, Romero casou-se novamente, desta vez com Maria Liberata Romero. Outros três filhos coroavam essa nova união: Silvio, Nelson e Sílvia. Sílvio Romero Filho foi cônsul diplomático em Berlim e Nelson, professor de filosofia do Colégio Dom Pedro II, além de diretor do Departamento Nacional de Educação. Casando-se pela terceira vez com Maria Barreto, teve mais sete filhos: Rute, Osvaldo, Odorico, Arnoldo, Maria, Alice e Mauro. Advogado, político, filósofo, crítico literário e escritor, Silvio Romero deixou cerca de 50 de obras. Em 18 de julho de 1914, faleceu na cidade do Rio de Janeiro.
Gostaria de saber onde fica a rua cunha abreu, pois lá nessa rua tem uma placa de praça josé giudice.