Sr. redator:
“Considero-me uma pessoa pronta para desafios. Mas meu perfil empreendedor não me livra de sentir receio e me questionar diante das possibilidades de mudanças que surgem à minha frente.
Crescemos ouvindo que as mudanças fazem parte da nossa vida e que aprendemos com elas. Será que essa máxima se aplica a todos? Será mesmo fácil aprender com as alterações e se habituar a elas com naturalidade? O que sabemos de fato é que a assimilação de uma transformação decorre de um processo interno e que depende da maneira com que cada pessoa lida com isso.
Estudos mostram que o ser humano só se predispõe a uma mudança quando se vê diante de uma necessidade e que são raros os casos de transformação sem que exista um fator desencadeador.
Ao ser convidada a mudar, a pessoa passa por um processo de transição que começa com a negação do fato, passando pela resistência, aceitação e finalmente chegando ao compromisso. Parece simples, mas não tanto, visto que para cada uma das fases, manifestamos sentimentos e emoções que mostram claramente as dificuldades individuais em superar o novo status.
Interessante pensar que a mudança começa a partir do fim de uma era, de um processo, de algo que tínhamos como seguro ou certo. E mesmo nos casos em que a mudança vem para melhorar o status, é possível encontrar resistência.
Você se pergunta, como a mudança é positiva? Por meio do entendimento de cada fase da transição, visto que, para aceitar a mudança, é necessário se desapegar do que já tínhamos como certo. Pense numa situação corriqueira como acordar todos os dias.
Qual a sensação ao ser acordado pelo despertador ou celular? Num primeiro momento e ainda sonolentos, olhamos para o marcador e pensamos: já? Não dormi quase nada, parece que acabei de me deitar. Quando isso ocorre, estamos na negação. Depois vem a soneca, ajuda tecnológica fundamental para nos manter no status atual, ou seja, se continuarmos na cama estamos na resistência.
No momento em que nos damos conta de tudo que temos que fazer e começamos a planejar as atividades, passamos para a fase de aceitação e assimilação, e quando finalmente levantamos da cama, estamos no compromisso e prontos para prosseguir e cumprir a jornada daquele dia.
Mas, quando o assunto é importante e nos gera maior desconforto, com certeza será sentido com maior intensidade e seremos exigidos na tomada de decisão. Determinar o tempo necessário e o nível de dificuldade para superar a transição da mudança é um processo totalmente individual e estará ligado a predisposição e entendimento da necessidade da mudança.”
Elaine Lombardi
