POR MAURÍCIO JUAREZ
Após um ano fora do mercado brasileiro, por conta da mudança de geração, o novo Kia Sportage voltou a ser trazido para o mercado brasileiro há pouco mais de um ano com diversas inovações. Trata-se de um dos produtos mais importantes de linha da marca sul-coreana e que no Brasil é conhecido desde sua primeira geração, antes mesmo de a Kia passar a ser controlada pelo Grupo Hyundai. Atualmente, a marca sofre as limitações de um representante pouco estruturado, que se limita a trazer três automóveis no total – traz também o SUV compacto Stonic e o SUV médio Niro. Por isso mesmo, o Sportage tem sido importado para cá apenas com a motorização híbrida leve. E embora o marketing da marca anuncie o modelo como híbrido, ele conta apenas com um sistema de 48 V que apenas dá um impulso ao motor a explosão em determinadas condições. E mesmo essa versão, que é mais simples, já chega com um preço pouquíssimo convidativo, de R$ 274.990. Porém, o Sportage é produzido também nas versões híbridas capazes de promover movimentação elétrica, como a unidade avaliada.
Para esta quinta geração, a marca optou por apostar em uma carroçaria alargada para ganhar espaço no interior, mas mantendo muitos equipamentos. Em termos gerais, independentemente da variante, o Kia Sportage mantém o mesmo visual, exceto pela inclusão de um pequeno emblema na traseira. Por fora, mantém faróis e lanternas em LED, rodas de 18 polegadas, teto panorâmico e uma imagem consideravelmente mais extrovertida que a geração anterior. A variante de carroceria do Sportage híbrido avaliado é estendida, que ganha 15 cm no comprimento e 7,5 cm no entre-eixos, com 4,66 m e 2,76, respectivamente. Isso permitiu um ganho de espaço interno substancial, principalmente na segunda fileira e no porta-malas, que tem 587 litros de capacidade, mesmo contando com pneu sobressalente temporário.
Por dentro, pode-se dizer que 98% do interior permanece exatamente igual ao que traz o Sportage a combustão. No entanto, há um leve ajuste no console central e no painel de instrumentos digital. Por um lado, o painel de instrumentos digital mostra-nos novos medidores de carga da bateria, enquanto e console substitui a alavanca de velocidades por um botão giratório, que permite um design mais limpo. No mais, há materiais macios nas áreas de toque, uma percepção de qualidade maior e montagem de boa qualidade com peças sólidas e pesadas. Além de muitos equipamentos para conforto e conectividade.
Como destaque estão as telas de 12,3 polegadas que espelham sem fio os aplicativos Apple CarPlay e Android Auto, sistema de áudio Harman/Kardon, bancos de couro sintético aquecidos, ar-condicionado automático de duas zonas, carregador de celular sem fio, seletor de modo de condução, freio de estacionamento elétrico, entre outros. Esta variante híbrida do Sportage é baseada na configuração SXL, a mais completo da gama. Nesse sentido, ele traz todos os sistemas de segurança disponíveis para a gama. São 6 airbags, controle de subida em subida e um conjunto de assistências que inclui frenagem autônoma de emergência, controle de cruzeiro adaptativo, manutenção de faixa, alerta de tráfego cruzado traseiro, alerta de desembarque seguro e monitor de ponto cego.
Mas o que chama mesmo a atenção no Kia Sportage Hybrid é a dinâmica A mecânica já é bem tradicional na marca: ele usa o mesmo motor 1.6 turbo de quatro cilindros usado no Sportage vendido no Brasil. Só que no caso, está acoplado a um motor elétrico alimentado por uma bateria de 1,49 kWh. Com isso, a potência sobe dos 180 cv e 27 kgfm de torque para 227 cv e 35,7 kgfm de torque. Esta potência será transportada para o eixo dianteiro através de uma caixa automática com seis velocidades.
Impressões ao dirigir
Dinâmica holística
Como um bom híbrido, o Sportage aproveita a assistência do motor elétrico para oferecer respostas ágeis e economia. Nas acelerações e retomadas, a potência e o torque extras são disponibilizadas de forma instantânea, sem importar o giro do motor. Em velocidades controladas, o sistema mover o modelo apenas com energia elétrica para a economizar combustível. A frenagem regenerativa também consegue bons níveis de carga, mesmo na estrada, local onde um híbrido é menos eficiente.
A extensão da plataforma ajuda a torná-lo um SUV ainda mais estável e bem comportado, embora as molas tenham um ajuste exageradamente macio e permitam um pouco mais de rolagem na carroceria. Mas para além disso, o SUV mostrou ser um produto capaz de responder a diversos tipos de necessidade, seja longas viagens rodoviárias, seja um uso totalmente urbano.
No percurso de avaliação, a média de consumo não foi das mais impressionantes: 15,4 km/l é pouco, mesmo considerando que o carro sofreu alguns abusos na experimentação. De qualquer forma, o Kia Sportage Hybrid se mostrou uma SUV confortável, espaçoso, com conectividade muito boa em todos os sentidos, boa dirigibilidade e eficiente. Não dá para querer muito mais que isso.
