Moradores do entorno da passarela da Arena Corinthians, que começa na Rua Boipeva e termina na Avenida Radial Leste, na região da Cidade AE Carvalho, estão revoltados com a situação atual do equipamento que custou milhões aos cofres públicos. Para eles, o estado crítico da passagem é o retrato do descaso com a população e com os torcedores que vão ao estádio.
Aparecida de Lima, que reside na Rua Seriema, afirmou ter utilizado a passarela durante o período da Copa no Brasil, em 2014, e no ano seguinte. Depois, ela afirmou que tiveram início os ataques de vândalos e bandidos, levando fios, placas de madeira, lâmpadas e até objetos dos pedestres. “Atualmente, ninguém tem coragem de passar lá. Eu não vou e minhas filhas muito menos. O risco de um assalto ou coisa pior é muito grande”, contou a moradora. Segundo Aparecida, mesmo podendo encurtar seu caminho pelo equipamento, ela prefere andar mais e ficar segura.
Há cerca de quatro meses, a Secretaria Municipal de Serviços e Obras (SMSO) e a Prefeitura Regional Penha estavam tentando se assertar para saber de quem seria a responsabilidade pela manutenção da passarela construída pela Dersa (Desenvolvimento Rodoviário SA). Por enquanto, nada foi definido, pois o equipamento transformou-se em um trambolho sobre a Radial Leste e sem nenhuma função.
“Recuperação terá custo elevado”
Sem todos os vidros, a passagem segue cada vez mais perigosa, pois o risco de acidente é maior. Além da probabilidade de algum pedestre ou torcedor cair, ainda existe a chance de algum vândalo lançar objetos sobre os carros que passam pela Radial ou até mesmo sobre os trilhos do trem e do Metrô. À noite o escuro é total, já que não há uma luminária, um holofote ou uma luz de emergência sequer. Ou seja, só mesmo usando uma lanterna é possível atravessar de um lado a outro.
Independente de quem irá assumir a manutenção da passarela, secretaria ou regional, os gastos para a sua recuperação serão superelevados e irão gerar críticas. O motorista José Carlos perguntou: porque a Prefeitura levou tanto tempo para ver que as condições da passarela eram péssimas? “Passo em frente todos os dias e nunca vi um engenheiro ou arquiteto fazendo qualquer tipo de avaliação. Se chover muito forte a pessoa se molha lá embaixo, à noite é um breu e as pichações se espalham cada vez mais. Que equipamento é esse?”, questionou Carlos.