Sr. redator:
“De acordo com pesquisa da Fipe, a alta do preço dos imóveis – 2,98% – está abaixo da inflação no acumulado de 2014 – 3,32%. Mas, antes de sair correndo para fechar negócio, é preciso ter cautela e avaliar bem a situação financeira em que se encontra.
A primeira dica é que, caso vá comprar imóvel apenas para investimento, tenha em mente que as projeções é que nos próximos anos esse não tenha mais a grande rentabilidade que vinha tendo, por causa de uma já sentida estabilização no mercado. Contudo, se for uma casa para morar a situação é diferente e outros pontos devem ser levados em conta.
Se a realização do sonho da casa própria já estava nos planos, é preciso pensar qual será a melhor forma de comprar um imóvel. Comprar à vista, sem dúvida nenhuma, é um ótimo negócio, pois não paga juros e também tem a vantagem de conseguir um bom desconto na maioria das vezes.
Mas, ainda assim, é preciso estar ciente de que há gastos extras que representam uma alta quantia, com taxas cartoriais e bancárias, além de itens como mudança, condomínio e mobília, por exemplo. As famílias não pensam nesses aspectos e acabam se endividando.
Entretanto, sabemos bem que pagar à vista é a realidade de uma minoria. Então, uma boa alternativa para quem não tem urgência em mudar e tem disponibilidade de uma verba de investimento mensal é o consórcio. Neste caso, se pagará menos e, se tiver sorte, poderá ser sorteado e ganhar a casa rapidamente, além de também poder economizar para dar um lance.
Depois dessas opções, vem o financiamento, que também é uma opção de compra interessante, mas faço um adendo: ao comprar uma casa financiada, é preciso ter ciência de que se estará firmando um compromisso mensal. A orientação que sempre dou para poupar é fazer uma estimativa dos gastos totais, avaliar quanto falta para atingir o montante e diagnosticar quanto pode ser guardado por mês para dar conta das despesas.
Além disso, é importante saber que existem os juros que, somados ao longo do contrato, podem significar o pagamento de até duas ou três casas.
No caso de pagar aluguel, o financiamento pode ser uma ótima alternativa, deixando de pagar esse valor sem retorno futuro para pagar a prestação de algo que será seu. Se a pessoa não pagar aluguel, uma ótima alternativa é guardar o valor da prestação do financiamento, em qualquer tipo de investimento conservador, assim, em sete ou oito anos poderá comprar a casa à vista e não pagar juros. É preciso entender que, com o dinheiro aplicado, os juros trabalham a seu favor, enquanto que, no financiamento, se paga juros.
Um grande problema enfrentado, para a realização do sonho de uma casa própria, são as dívidas sem valor, aquelas contraídas nas compras de produtos e serviços que muitas vezes não agregam valor. Estas acabam desequilibrando o orçamento financeiro mensal e com isso perde o foco no bem de valor que é a casa.”
