Sr. redator:
“A sustentabilidade começa a determinar um padrão de funcionamento, desenho estratégico e controle nas grandes empresas, nas multinacionais e até em algumas empresas de médio porte. Porém, as micros e pequenas também podem ser consideradas sustentáveis? Onde mudar, quando trocar ou investir neste tema, que envolve tantas ações e projetos?
Atualmente, a área das micro e pequenas empresas – MPEs possui cerca de 12 milhões de potenciais empresários com negócios e contrata 15,6 milhões de pessoas com carteiras assinadas, conforme o Boletim Estudos e Pesquisa do Sebrae, de julho de 2013. O documento ainda mostra que a taxa de sobrevivência de empresas com até dois anos passou de 73,6%; nas criadas em 2005, para 75,6%, nas criadas em 2007. A taxa de sobrevivência é maior na indústria (79,9%) e na região Sudeste (78,2%).
Mas será que sobreviver ao tempo é o único indicador de sustentabilidade, uma vez que a empresa está se custeando financeiramente? Em uma pesquisa com este público, o Sebrae mostra que o conhecimento sobre o tema sustentabilidade e meio ambiente é médio, ou seja, de um universo de 3.912 entrevistados na pesquisa do ano passado, 65% pensam em sustentabilidade nas MPEs.
Por outro lado, deste total somente 12% declaram entender muito sobre o assunto e 25% entendem pouco. Mas quando questionados sobre qual é o grau de importância que as empresas deveriam atribuir à questão do ‘meio ambiente’, 75,2% respondem que deve ser de alta importância.
Então se o tema tem importância, como trazer o assunto para o dia a dia e modificar alguns ‘vícios’ da gestão antiga? O Instituto Ethos e o Sebrae, em conjunto, criaram os indicadores de responsabilidade social empresarial para micro e pequenas empresas, que servem como um diagnóstico de autoanálise do empreendimento. Respondendo as perguntas sugeridas no documento e buscando as informações quantitativas para as comparações anuais, as MPEs terão um panorama dos pontos a melhorar e a visão de projetos a serem desenvolvidos.
Mas sabemos que não é tão simples assim. Na vida real, este empreendedor tem real consciência de que precisa arranjar tempo dentro do seu dia atribulado para responder, pensar e modificar as suas ações mais sustentáveis.
No entanto, se este empreendedor realmente entender que o tema da sustentabilidade inserido no seu cotidiano não está somente atribuído às vertentes sociais e ambientais, mas que a questão financeira é essencial, valorizará ainda mais o tema. A pesquisa do Sebrae ainda mostra que quase a metade dos entrevistados (46%) acha que a questão da sustentabilidade representa oportunidade de ganhos para a sua empresa, o que corrobora a necessidade de um entendimento maior sobre o tema.
Existem muitos exemplos, mas se inspirar e sair da inércia do nosso dia a dia para buscar uma real transformação é muito difícil para o ser humano em geral. Porém, estes empreendedores possuem muita energia e isso faz com que eles tenham destaque. Focando esta energia para uma atuação diferenciada, já é um bom começo e, assim aceitar e trabalhar com sustentabilidade como um novo desafio é o caminho para a real transformação.”
Marcus Nakagawa
