Está em cartaz até o dia 9 de novembro, a peça teatral “A Confissão de Leontina“, um texto da consagrada escritora Lygia Fagundes Telles.
No monólogo, adaptado e representado pelo ator Márcio Trinchinatto, a personagem vai repassando a sua vida em retrospectiva, os instantes de felicidade, as paixões, as desilusões, os momentos de solidão e sofrimento. Leontina é reconhecida, por Lygia, como mais uma migrante numa grande cidade, vítima de injustiças, preconceitos e da violência contra a mulher. Um texto muito atual que não fosse a descrição da personagem por locais que registram uma época, poderia ter sido escrito hoje.
Sob a direção de Kleber Montanheiro, o monólogo é uma experiência profunda e reflexiva de como nos conectamos uns com os outros e o que produzimos dessas relações.
A peça tem 75 minutos de duração, às sextas, 21:00, disponível no Espaço Viga na Rua Capote Valente, 1323, Pinheiros, ao lado do metrô Sumaré, ingressos por R$ 40,00 (estudantes e idosos pagam meia entrada).
Sobre a escritora
Lygia Fagundes Telles, também conhecida como “a primeira dama da literatura brasileira”, é uma escritora brasileira, considerada por acadêmicos, críticos e leitores uma das maiores escritoras da história da literatura brasileira. Lygia tem grande representação no pós-modernismo, e suas obras retratam temas clássicos e universais.
Nascida em São Paulo, a escritora cresceu em cidades do interior paulista, e desde pequena demostrou interesse pelas letras. Aos oitos anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, permanecendo lá por cinco anos. De volta a São Paulo, matriculou-se no Instituto de Educação Caetano de Campos e passou a interessar-se por literatura. Sua estreia literária foi com o livro de contos Porão e Sobrado (1938), o qual foi bem recebido pela crítica. Seu terceiro livro, O Cacto Vermelho (1949), recebeu o Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras. Seu primeiro romance, Ciranda de Pedra (1954), foi bem recebido pela crítica e público, tornando-a nacionalmente conhecida.
Seu sucesso internacional veio com Antes do Baile Verde (1970), e posteriormente, As Meninas (1973) e Seminário dos Ratos (1977), pelos quais ganhou o Grande Prêmio Internacional Feminino para Estrangeiros, na França, o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro e o Pen Club do Brasil, respectivamente. Ingressou na Academia Paulista de Letras, em 1982, e, em 1985, ocupou uma das cadeiras da Academia Brasileira de Letras. Teve seus livros traduzidos para o alemão, espanhol, francês, inglês, italiano, além de várias edições em Portugal.
Na 17.ª edição do Prêmio Camões, maior láurea concedida a escritores de países com o português como a língua oficial, ocorrida em 2005, Lygia foi anunciada a vencedora. Ganhadora de todos os prêmios literários importantes do Brasil, homenageada nacional e internacionalmente, tornou-se, em 2016, aos 92 anos, a primeira mulher brasileira a ser indicada ao prêmio Nobel de Literatura.