Em novembro do ano passado esta Gazeta havia alertado para problemas no Viaduto Carlos Ferraci (antigo Azevedo), no Tatuapé. Buracos, fissuras e trincas vêm sendo remendadas pelo serviço de tapa-buracos da Subprefeitura Mooca, porém, a expectativa de motoristas é que exista uma intervenção maior no local. Enquanto o processo de recuperação não é iniciado, algumas famílias já adotaram os baixos do viaduto, do lado da Avenida Radial Leste, como moradia.
40 ANOS SEM MANUTENÇÃO
Agora, a atenção ao equipamento se torna ainda mais urgente, pois as pessoas que vivem no espaço estão em risco. Além disso, as más condições se agravam com o passar do tempo. Até porque, de acordo com o morador Carlos Dobbins, são 40 anos sem passar por uma obra de revitalização. Por outro lado, o crescimento acelerado do bairro tem resultado na intensificação do volume de carros, ônibus e caminhões. Quanto mais tempo a Prefeitura demora para se posicionar a respeito de uma ação mais definitiva, maior se torna o imbróglio.
‘GATO’ DE ENERGIA ELÉTRICA
A moradora Lisete Mengar lembrou que as pessoas que ocuparam o viaduto trabalham com reciclagem de materiais. Ou seja, o ponto passou a ser usado como depósito de papelão, plástico e outros objetos inflamáveis. Já Marcos Bitencourt chamou atenção para o fato de ter sido feita uma ligação clandestina de energia elétrica, gerando um risco iminente de incêndio
PRÓXIMOS PASSOS
Após a verificação de tantos tópicos negativos, os moradores esperam que a Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras anuncie de forma clara quais serão os próximos passos relativos aos viadutos da cidade. Isso porque outras situações, como infiltrações e congestionamentos constantes geram preocupação a quem passa sob o viaduto.
COORDENADORIA DE PLANEJAMENTO
No fim do ano passado, a Coordenadoria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano da Subprefeitura Mooca afirmou que técnicos da Prefeitura haviam visitado o local. Na época, técnicos garantiram a segurança do equipamento e a inexistência de problemas estruturais. No mesmo período, completaram a informação relatando não existir a necessidade de preocupação.
ANOS ANTERIORES
É importante recordar que em 2020 as informações eram as seguintes: a SPObras tinha realizado vistorias visuais em 126 locais (222 unidades estruturais) e havia recebido laudos estruturais emergenciais de 21 locais (43 unidades estruturais). Até então, tinham sido investidos no programa especial de manutenção de pontes e viadutos R$ 68,4 milhões em 2019 e R$ 38 milhões em 2020. Conforme os dados, foram concluídas as intervenções emergenciais nas pontes da Casa Verde, Freguesia do Ó, Dutra, Ponte do Limão, Jânio Quadros, Cidade Jardim, Pontilhão Itaim, além dos viadutos da Marginal de Pinheiros, Miguel Mofarrej, Alcântara Machado, pontilhão do Córrego Três Pontes, e retirada da passarela entre as pistas do Viaduto Pacaembu.
O OUTRO LADO
Após a SPObras ter sido questionada sobre o que seria feito este ano no viaduto, o órgão encaminhou aos moradores a seguinte resposta: “O equipamento passou por inspeção especial em 2019, quando não foi constatado risco estrutural. Na ocasião foi elaborado o projeto de recuperação completa da estrutura. Em outubro de 2020, realizou-se nova inspeção visual, na qual manteve-se o parecer de 2019. Atualmente, a contratação da obra de recuperação se encontra em fase de revisão da planilha de orçamento e elaboração do termo de referência do edital de licitação. Uma vez finalizada esta etapa, será iniciado o processo licitatório para a contratação da obra, com publicação prevista para o primeiro semestre de 2021. Quanto a zeladoria do viaduto, informamos que enviaremos a reclamação para a Subprefeitura Mooca para que ela providencie os serviços”.