Se Pinóquio já teve um sucesso incrível ao delinear uma história como nenhuma outra, bem como trazer uma evolução nas técnicas de animação, Dumbo, que estreia nos cinemas no próximo dia 28, consegue algo mais aplaudível em um tempo bem menor.
Retornando na cadeira de direção, Ben Sharpsteen arquiteta uma narrativa que não precisa de muitas falas ou de muito tempo cênico para entregar uma mensagem atemporal e que serve cada vez mais para a sociedade contemporânea: afinal, tudo gira em torno do pequeno elefante que empresta seu nome ao título e que é entregue para uma carente e protetora mãe cuja solidão logo transforma-se em esperança.
A primeira sequência nos leva às histórias que nossos pais contavam quando mais novos no melhor estilo “de onde vêm os bebês?”, mostrando uma coreografia incrível de cegonhas levando pequenos filhotes para os diversos animais em um zoológico-circo.
A sra. Jumbo, como é chamada, sente-se decepcionada quando é a única a não receber a “entrega especial”, mas no dia seguinte é visitada por uma atrapalhada cegonha e finalmente se torna completa. Entretanto, diferente de outros da sua espécie, Dumbo tem uma pequena característica destoante: orelhas enormes e que não conversam esteticamente com o restante de seu pequenino corpo. O filhote logo se torna motivo de chacota pelo restante da manada que vive no circo e, apesar da inocência, não pode deixar de se sentir atacado por ser “diferente” – e é justamente aqui que uma simples trama começa a encontrar uma profundidade inigualável e inesperada