A Secretaria Municipal de Saúde divulgou o décimo balanço da Dengue na cidade e os números afirmam a queda nos casos confirmados da doença durante o mês de maio. De 4 de janeiro e 30 de maio (data de encerramento da 21ª semana epidemiológica), foram notificados 134.389 casos e 87.470 autóctones confirmados.
Apesar do avanço de casos em relação ao ano passado, as confirmações seguem caindo, de acordo com levantamento da pasta. “Nas 15ª, 16ª e 17ª semanas epidemiológicas, foram confirmados 8.975, 8.800 e 8.369 casos autóctones, respectivamente; na 18ª semana, foram 6.290. Já nas 19ª, 20ª e 21ª semanas foram 4.050, e 2.167 e 1.380 confirmações, respectivamente. Os números das últimas semanas, entretanto, ainda devem ser atualizados por confirmações tardias da doença.”
CUIDADOS PREVENTIVOS
Isso não significa que se deve deixar de lado os cuidados com a prevenção. A visita das equipes continua sendo programada com base no mapeamento de pontos críticos, a partir dos casos confirmados, e o uso de nebulização pesada (fumacê) só ocorre em casos emergenciais. O método funciona para eliminar mosquitos, sem efeito prático na eliminação de criadouros, alerta a secretaria.
Como a Dengue está associada às altas temperaturas e o calor na cidade têm sido recorrente, o sinal de alerta deve estar sempre ligado. Qualquer local em que há água limpa parada pode se tornar um criadouro assim que o calor voltar.
Todos os cuidados para se evitar a Dengue são necessários. Principalmente porque ela pode levar uma pessoa a óbito, dependendo do grau de sua evolução. Só neste ano foram confirmados 21 óbitos pela doença, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde. Os últimos quatro óbitos registrados foram de um jovem de 14 anos, morador de Santo Amaro; uma mulher de 46 anos, moradora da Vila Curuçá; uma mulher de 45 anos, moradora da Penha; e um idoso de 80 anos, morador de Artur Alvim.
COMO PREVENIR
Os cuidados preventivos são bem simples e podem ser seguidos por todos os moradores. Confira as dicas da Prefeitura: pratos de vasos de plantas devem ser preenchidos com areia; tampinhas, latinhas e embalagens plásticas devem ser jogadas no lixo, e as recicláveis guardadas fora da chuva; latas, baldes, potes e outros frascos devem ser guardados com a boca para baixo; caixas d’água devem ser mantidas fechadas com tampas íntegras sem rachaduras ou cobertas com tela tipo mosquiteiro; piscinas devem ser tratadas com cloro ou cobertas; pneus devem ser furados ou guardados em locais cobertos; lonas, aquários, bacias e brinquedos devem ficar longe da chuva; e entulho ou sobras de obras devem ser cobertos, destinados aos Ecopontos ou à operação cata-bagulho. Tenha ainda cuidados especiais com as plantas que acumulam água, como bromélias e espadas de São Jorge: água só na terra.
PESQUISAS E AÇÕES
A revista “PLOS Neglected Tropical Diseases” publicou os resultados de um estudo com mosquitos geneticamente modificados da Oxitec. Os resultados mostraram que, na cidade de Juazeiro, o mosquito da Oxitec controlou com sucesso o mosquito Aedes aegypti, que transmite os vírus da Dengue, da Zika, mediante a redução da população-alvo em mais de 90%.
Popularmente conhecido no Brasil como Aedes aegypti do Bem, o mosquito da Oxitec diminuiu a população do mosquito da Dengue a um nível muito baixo, que não seria possível a transmissão epidêmica da doença de acordo com modelos matemáticos.
O estudo no bairro de Itaberaba, na cidade de Juazeiro, foi liderado pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Moscamed, uma organização social líder no controle ambientalmente amigável de pragas. A área tratada incluiu uma população de aproximadamente 1.800 pessoas.
De acordo com a publicação ainda, o Brasil está liderando a aplicação de novas abordagens no combate ao mosquito da Dengue. Após a aprovação do mosquito da Oxitec pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), a cidade de Piracicaba, em São Paulo, começou o primeiro projeto municipal mundial de uso do Aedes aegypti do Bem.