Uma parte da ciclovia da Avenida Radial Leste, cujo percurso liga as estações Corinthians-Itaquera e Tatuapé do Metrô, foi destruída para que seja implementado o projeto de revitalização. Após a retirada do piso anterior, a Secretaria de Mobilidade e Transporte decidiu interditar o trecho em obras, impedindo a passagem de ciclistas. Após a decisão, William Cruz, da instituição Vá de Bike, pediu à Prefeitura que protegesse a avenida com cones para que quem estivesse de bike conseguisse continuar na lateral da ciclovia. Apesar da sugestão ter sido atendida, Cruz lembrou ter ocorrido uma pressão depois que o local recebeu uma placa informando as pessoas para seguirem a pé. A questão, conforme ele, ainda, estava relacionada aos usuários terem sido colocados em risco.
CICLISTAS AMEAÇADOS
O membro da entidade relatou que, apesar de ser um direito concedido pelo Cídigo Brasileiro de Trânsito, pedalar pela Radial durante a obra, os ciclistas sofrem ameaças de motoristas. Segundo eles, a presença de bicicletas na avenida é vista como uma transgressão, uma infração e uma provocação.
RESPONSABILIDADE DA PREFEITURA
Cruz apontou que o pedido avisando para as pessoas seguirem desmontadas pela calçada serviria para tirar a responsabilidade da Prefeitura em caso de atropelamento no trecho. “Quem vai desmontar da bicicleta e atravessar as oito ou dez pistas da avenida, para seguir empurrando a bicicleta por centenas de metros em meio a pedestres e pontos de ônibus, numa calçada que já é péssima até para caminhar?”, questionou.
CÓDIGO DE TRÂNSITO
De acordo com o Código de Trânsito, é necessário sinalizar a obra e indicar caminhos alternativos. Descer e empurrar pela calçada do outro lado da avenida não é um caminho alternativo: é uma indicação para abandonar aquele meio de deslocamento, como se ele fosse proibido naquele trecho (mesmo não sendo).
CICLOFAIXAS REMOVIDAS
O ciclista disse que, ao longo de 2019, várias ciclofaixas foram removidas temporariamente para reforma, sem aviso e sem sinalização. Porém, depois de forte repercussão em uma delas, a da Rua Arthur de Azevedo, em que muitos ciclistas precisavam trafegar no contrafluxo (de frente para os carros), a CET finalmente segregou o espaço com cones enquanto a pintura não era refeita.