As antigas padarias, farmácias e o lixão da Quarta Parada – Nas duas primeiras décadas do século passado, havia poucas padarias no Tatuapé. Nelas os habitantes do bairro comprovam seu pão. Estes estabelecimentos só fabricavam e vendiam esse produto, nenhum outro. Os pães usualmente fornecidos eram: o pão de água, hoje mais conhecido por pão italiano, o pão suíço e o pão sovado.
Feitos em forno a lenha, com farinha absolutamente pura, sem aditivos, o pão da época tinha um sabor inigualável. Os armazéns de secos e molhados também vendiam pão, que lhes era fornecido pelos fabricantes. A Padaria Lisboa, da família Martins, no Largo N. S. da Conceição, atual Praça Silvio Romero, funcionando desde 1913, foi uma das mais velhas.
Ainda na parte alta, na esquina das atuais Ruas Coelho Lisboa e Cantagalo, funcionava a Padaria de dona Mariana. Na parte baixa, na Estrada da Penha, onde se acha instalada atualmente a Caixa Econômica Estadual, funcionava a Padaria Sampson, de propriedade do senhor Sampson, imigrante de origem alemã e de sua esposa dona Ondina, esta portuguesa.
Bem mais tarde foram surgindo outras: Vera Cruz, Deliciosa e Montenegro. Há uma interessante passagem referente à Padaria Deliciosa. Esta ficava na Avenida Celso Garcia, esquina com a Rua Tuiuti. Na década de 40, ela fornecia dois sacos cheios de pãezinhos ao Educandário São Paulo, das irmãs oblatas, até hoje instalado na Rua Francisco Marengo. Para transportar o produto da padaria àquela entidade, havia sido contratado um chacareiro de nome Silvério, arrendatário de uma chácara entre as Ruas Tijuco Preto, Airi e Estevão Pernet (antiga Rua do Ouro).
Este passou o encargo a seu filho João, que diariamente com sua carroça e sua mula levava o pão às freiras. Só que este menino, ao fazer o serviço, sempre levava dois ou três garotos consigo. Resultado: enquanto percorriam a distância, abriam os sacos e iam comendo os pães pelo caminho. Felizmente para o senhor Silvério Mendes, esse era seu nome, as irmãs nunca deram pela falta dos pães consumidos.
Como já foi dito anteriormente, os antigos moradores quase não tinham acesso a médicos. Em vista disso, faziam muito uso da medicina caseira. Nas primeiras três décadas do século passado não havia consultórios na região. Curandeiras e benzedeiras atendiam as necessidades da população, curando quebranto provocado por mau olhado, espinhela caída, buxo virado, cobreiro, dores de cabeça, ataque de bichas etc.
Também as famosas simpatias eram muito utilizadas objetivando alcançar determinados fins. No entanto, mesmo em época tão remota já começavam a surgir as primeiras farmácias: a de Antonio Zimbardi, na Celso Garcia, entre as Ruas Heitor Bariani e Ivai e a do Ismael, no antigo Largo da Conceição (Silvio Romero). Antigamente não havia o número de laboratórios que existe hoje, portanto era limitado o estoque de medicamentos das farmácias.
Os profissionais preparavam um infinito número de remédios no próprio estabelecimento. Xaropes, tinturas, pomadas, unguentos e outros eram preparados pelos farmaceuticos. Devido a constante prática e a constatação dos resultados, estes homens adquiriram enorme conhecimento, acabando por cobrir a falta dos médicos. Doenças que fugiam do âmbito citado só podiam ser tratadas nos bairros mais centrais, com recursos mais adequados.
LIXÃO DA QUARTA PARADA
Ficou claro, no exposto até aqui, que o Tatuapé dos velhos tempos era tomado, em quase sua totalidade, por chácaras, sítios e pomares. A adubação das terras que o compunham era feita com adubo orgânico oriundo do lixo coletado em toda a cidade. Seu depósito ficava na região da Quarta Parada, no terreno hoje ocupado totalmente pelo cemitério. Este, naquela época, apenas ocupava pequena parte, o restante era tomado pelo lixão e as cocheiras.
O lixo retirado da cidade e transportado por carroções da Prefeitura era jogado em enormes caixas quadradas de alvenaria com aproximadamente 4 metros de cada lado por 3 metros de altura. Após isso, fechado com tampa de concreto. O material sofria um longo processo de curtição, demorando para ficar pronto de 30 a 40 dias.
Chegado o momento, os chacareiros eram chamados para a sua retirada. Formavam-se filas enormes, cada qual aguardando sua vez. Ao serem finalmente chamados, encostavam suas carroças, normalmente puxadas por uma parelha de bois ou de burros, dando início ao carregamento. Esta operação se efetuava a partir de uma porta frontal que dava acesso ao interior da caixa. Para retirar o lixo curtido de tais reservatórios, fazia-se necessário entrar no interior deles.
O cheiro era horrível, quase insuportável. No entanto, não havia outro meio. Como o trabalho tinha que ser feito, os homens o faziam. Anos mais tarde, com o crescimento da cidade e a impossibilidade de aguardar o referido processo, a Prefeitura passou a usar seus próprios carroções e entregar o lixo cru nas porteiras das chácaras.
Tínhamos uma padaria na Francisco Marengo, 1257, onde hoje é a ag do banco Santander .
Agora me fugiu o nome e peço para quem lembrar, para me dizer.
Na frente tinha a fábrica da Zenit, depois uma tecelagem e depois uma ah do INSS.
Informo que essa foto é do Sr Theodomiro de Almeida e sua familia
na Farmacia Aracy na Av Celso Garcia com a Dr Ernesto Mariano .
É a famosa farmácia do branco?
Pois é Sandra, Farmacia do Branco, era tbm bem antiga e não falam nada a respeito.minha Familia sempre morou naquele pedaço do bairro na Rua felipe camarão. bons Tempos.. ;(