Em uma primeira análise, é surpreendente Clint Eastwood encarnar a figura de Earl Stone, um
veterano da Guerra da Coreia que nos tempos atuais opta por ser uma mula do tráfico, transportando entre destinos diferentes quantidades cada vez maiores de cocaína para o cartel de drogas mexicano. A ideia do filme foi tirada de uma notícia de jornal sobre Leo Sharp, famoso horticulturista que, após ter dificuldades financeiras, tornou-se uma lenda do transporte de drogas.
Logo Clint, famoso por interpretar o famoso policial politicamente incorreto “Dirty” Harry Callahan na franquia Perseguidor Implacável, e que nas poucas vezes que interpretou foras da lei os reservou para o Velho Oeste.
Mas apesar de não ser o típico personagem em sua filmografia (mesmo com precedentes), A Mula surge como um eficiente suspense dramático, onde o nonagenário floricultor e ex-militar é acossado pela família amarga com a distância, onde só tem alguma proximidade com a neta Ginny (Taissa Farmiga) e é cobrado ou destratado pela ex-mulher Mary (Dianne Wiest) e a filha Iris (Alison Eastwood). Também tem de lidar com o instável e violento cartel chefiado por Laton (Andy Garcia). E por fim, é perseguido pelos policiais Colin (Bradley Cooper), Trevino (Michael Peña) e seu superior (Laurence Fishburne).