Moradores do bairro de Artur Alvim estão revoltados com a atitude dos técnicos da SPObras, braço da Secretaria de Infraestrutura Urbana, autarquia responsável pela implantação de novos pontos de ônibus na cidade. A bronca de quem mora na região está relacionada ao fato dos profissionais estarem tirando das calçadas os pontos com cobertura e trocando por totens.
COMÉRCIO
As pessoas acostumadas a utilizar o transporte que circula pela Rua Maciel Monteiro protestam contra a decisão da Prefeitura de retirar a proteção dos passageiros sem ao menos perguntar para os usuários de ônibus. Por se tratar de uma via quase que totalmente comercial, o movimento de pessoas utilizando as linhas de coletivos é intenso.
CRITÉRIO
Para os passageiros, como o aposentado Alberto Vasconcelos, deveria haver algum tipo de critério para se destruir uma cobertura reformada recentemente e deixar as pessoas ao relento. Afinal de contas, ressaltou ele, há idosos, crianças e adultos se utilizando de lojas, supermercados, bancos, entre outros comércios do bairro. “Quando chegavam ao bairro ou iam para casa, às vezes, esperavam um pouco debaixo da cobertura do ponto, em dias de chuva ou sol forte. Agora, a opção acabou”, completou o aposentado.
SURPRESA
Após a surpresa indesejada, a população pede uma nova análise destes critérios, pois, com a chegada do verão, os passageiros não poderão esquecer seus guarda-chuvas ou deverão investir em protetor solar. Com a ação da SPObras, toda a rua, que tem início na Avenida Radial Leste e vai até a Avenida Aldeia Manoel Antonio, ficou sem coberturas nos pontos.
FALTA RESPEITO
Para a técnica em informática, Isabela de Souza, a Prefeitura precisa respeitar os passageiros. “Dá forma como o trabalho está sendo feito, parece não haver acompanhamento. A empresa contratada simplesmente chega ao local, derruba a cobertura, e vai embora. Como eles conseguem prever as necessidades de quem utiliza o transporte?”, questionou.
SPOBRAS RESPONDE
Na última segunda-feira, 4, a SPObras respondeu que, pelo contrato de concessão, todos os 6.500 abrigos e todos os 12.500 totens serão substituídos: abrigos existentes por abrigos novos e totens existentes por totens novos. O que houve é que 575 dos 6.500 abrigos existentes, após vistoria e realização de testes, foram avaliados como impróprios para uso por oferecerem risco à integridade das pessoas que os usam e até de pedestres que passam próximos a eles. Portanto, foram preventiva e temporariamente suprimidos, permanecendo apenas o totem que identifica o local como uma parada de ônibus, como determina o contrato.
IDENTIFICAÇÃO
Segundo a SPObras, o que identifica ou determina a parada de ônibus é o totem, que pode ser chamado de poste ou ponto de ônibus. Assim, apenas alguns pontos têm abrigo. A maioria não tem. Dos 22 mil totens existentes na cidade de São Paulo, apenas 6.500 têm cobertura. O que está acontecendo é a instalação dos abrigos e a troca de todo esse mobiliário, obedecendo a um processo. Em todos os locais há necessidade de obras de infraestrutura na calçada.
PROCESSO
A concessionária afirmou que, em alguns locais esse processo é mais rápido pela própria instalação ali existente. Em outros, é mais demorado. Ela relatou, ainda, estar fazendo a substituição de tudo dentro do prazo estipulado. A SPObras ressaltou que, além de instalar os abrigos, fazer a obra de infraestrutura, também faz a manutenção, vistoria e limpeza do parque todo e, conforme ela, há de se considerar o gigantismo da cidade e de seus problemas.
VOLTA DE ABRIGOS
Para a concessionária, o trabalho está sendo desenvolvido muito bem. Todos os lugares que antes tinham abrigos voltarão a ter abrigos. O local apontado voltará a ter novos abrigos em algumas semanas. Serão afixados adesivos pela concessionária com o prazo previsto para a sua substituição.
NOVOS
É possível fazer a instalação de novos abrigos ou novos pontos, mas não existe nenhum ainda. Não há necessidade de abaixo-assinado. Para tanto, basta encaminhar o pedido à SPTrans, que o mesmo será analisado. Em deferindo o pedido, a SPTrans envia a solicitação à SPObras para que faça essa mudança, uma vez que nem SPObras nem a concessionária têm autonomia para modificar o que já está implantando, ou mudar algo sem autorização e conhecimento da SPTrans. Em se negando o pedido, a SPTrans comunica o morador.
Em três anos, ao final de 2015, todo o parque instalado será trocado. Até o momento foram 1.119 abrigos e 1.072 totens (que não estão junto com os abrigos) instalados. Ao todo são 2.191 totens novos instalados
Isso também está acontecendo ao longo da Av. Celso Garcia. O pior é que os ‘totens” e os pontos com estrutura de vidro não trazem nenhuma informação das linhas que param naquele ponto. Um absurdo. Quem vistoria e controla isso?