O problema é antigo. As reclamações continuam as mesmas. Durante a reunião do Conseg Tatuapé, realizada na segunda-feira, dia 21, no salão da Igreja Nossa Senhora da Conceição, moradores e comerciantes do Tatuapé reclamaram mais uma vez da ocupação desordenada do espaço público na Praça Silvio Romero. Segundo eles, não há controle sobre a ocupação que atualmente é feita por ambulantes motorizados e “dogueiros”.
O padre José Mário, pároco da igreja, afirma que o local fica tomado pelos chamados food trucks dia e noite. Por conta disso, ele ressalta que consumidores de comércios do entorno e os frequentadores das missas não conseguem usar as vagas de Zona Azul, além da sujeira que provocam no local.
Entre as demandas apresentadas ao presidente do Conseg Tatuapé, Guilherme Gonzalez, foi a de um munícipe que sugeriu que as vagas fossem transformadas em 45 graus, o que aumentaria o número de locais para estacionar.
SEM LICENÇA
Após a reunião, nossa reportagem contou 17 “dogueiros” trabalhando no entorno, todos eles com mesas e cadeiras nas calçadas, o que também não é permitido pela prefeitura. Na manhã do dia seguinte, voltamos ao local e contabilizamos 12 food trucks estacionados no local.
Ao acessar o site “Tô legal” mantido pela Secretaria Municipal das Subprefeituras, que regulariza o licenciamento nas vias públicas da cidade de São Paulo e identifica os comércios regulares e que possuem o TPU (Termo de Permissão de Uso), constatamos que existem apenas seis licenças para carros de comida de rua na Praça Silvio Romero.
PLACAS COBERTAS
Outra questão observada pelos participantes da reunião é a de que muitos vendedores de alimentos estacionam e cobrem as placas dos carros. O uso de fitas adesivas, folhas de papel, cadeiras e até mesas tem como objetivo impedir a cobrança que é feita pela empresa Estapar.
Segundo Poliana Almeida, representante da Companhia de Engenharia de Tráfego, os agentes da concessionária dos serviços de Zona Azul em São Paulo não têm autorização para descer das viaturas da empresa para descobrir as placas, o que compete à polícia e aos agentes de trânsito.
SUBPREFEITURA
RESPONDE
A Subprefeitura da Mooca informou por meio de nota que realiza, rotineiramente, ações de fiscalização com foco na regularidade do comércio ambulante e no uso regular do espaço público em toda a área de atuação, inclusive na Praça Sílvio Romero e seu entorno. Situações irregulares são passíveis de autuação e eventual recolhimento, como as ocorridas durante essa semana.
Ainda segundo o subprefeito da Mooca, Coronel Marcus Vinicius Valério, “a demanda referente às placas ilegíveis foi encaminhada para a CET e a Polícia Militar”.
Ele informa ainda que denúncias de irregularidades podem ser feitas por meio do telefone 156 ou pelo site da Prefeitura, garantindo-se o encaminhamento e apuração dos casos dentro dos trâmites legais.
PALESTRA 156
A reunião também contou com uma palestra sobre a Central 156 da Prefeitura de São Paulo, realizada por representantes da Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia. O coordenador da pasta, Rogério Ferreira, explicou o funcionamento da plataforma, da atualização e facilidade do aplicativo e das várias formas de atendimento que a central oferece.
Como curiosidade, ele destacou os principais serviços mais solicitados pelos munícipes no bairro do Tatuapé, entre junho de 2024 e junho de 2025, com um total de 19.214 solicitações. Em primeiro lugar, ficou remoção de entulho (2.650), seguido por avaliação de árvore (1.410), tapa buraco (1.308), baixas temperaturas (1.306) e Psiu (866).


