Com o avanço das ferramentas digitais, a presença da tecnologia nas escolas se tornou inevitável — e cada vez mais estratégica. Tablets, plataformas de ensino, inteligência artificial e jogos educativos estão transformando a forma como os alunos aprendem e interagem com o conteúdo. Mas até que ponto essa revolução digital contribui para o desenvolvimento pedagógico? A discussão tem ganhado força entre educadores, famílias e gestores, especialmente diante das mudanças aceleradas no comportamento e nas expectativas dos estudantes.
A professora de matemática Simone Duarte acredita que o equilíbrio é a chave. “A tecnologia é uma aliada poderosa, mas precisa ser usada com propósito. Quando bem aplicada, ela estimula o raciocínio, a autonomia e o engajamento dos alunos”, afirma. Segundo ela, recursos digitais podem ampliar o repertório dos estudantes, oferecendo diferentes formas de visualizar problemas, testar hipóteses e acompanhar o próprio progresso.
SAÚDE OCULAR DOS ESTUDANTES
Plataformas de gestão escolar, como as que integram tarefas, avaliações e comunicação com as famílias, têm facilitado o trabalho dos professores e aproximado os responsáveis do cotidiano escolar. Já os aplicativos de reforço e gamificação ajudam os alunos a aprender de forma lúdica e personalizada, respeitando ritmos e estilos de aprendizagem. Em algumas escolas, até laboratórios virtuais e simuladores têm sido utilizados para complementar aulas de ciências, matemática e tecnologia.
Por outro lado, especialistas alertam para o risco da hiperexposição. O excesso de telas pode comprometer a atenção, a socialização e até a saúde ocular dos estudantes. “É preciso dosar. A tecnologia não substitui o vínculo humano, o olhar do professor, a troca entre colegas”, diz a psicopedagoga Carla Mendes. Ela reforça que o uso indiscriminado de dispositivos pode gerar ansiedade, dispersão e até dependência digital, especialmente entre os mais jovens.
INTELIGÊNCIA
ARTIFICIAL
Muitos educadores têm buscado formações específicas para integrar tecnologia de forma consciente. O uso de inteligência artificial, por exemplo, já começa a ser explorado em projetos de redação, pesquisa e organização de estudos, mas sempre com acompanhamento pedagógico. Algumas instituições também têm criado protocolos de uso, definindo momentos com e sem telas, para garantir equilíbrio e preservar a convivência presencial.
O futuro da educação passa pela tecnologia — mas também pela sensibilidade de quem ensina. Saber quando e como usar cada recurso é o que transforma a inovação em aprendizado. No fim das contas, a tecnologia é apenas uma ferramenta; o que faz diferença é a intencionalidade pedagógica e a capacidade de conectar conhecimento, pessoas e experiências de forma significativa.

