O Museu da Língua Portuguesa promove, até o próximo dia 23, a exposição “Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação”. A mostra propõe ao público uma imersão em uma floresta cujas árvores representam dezenas de famílias linguísticas às quais pertencem as línguas faladas hoje pelos povos indígenas no Brasil. Cada uma veicula formas diversas de expressar e compreender a existência humana.
ENCANTOS
A apresentação trata de territórios materiais e imateriais, histórias, memórias e identidades dos povos, trazendo à tona suas trajetórias de luta e resistência, assim como os cantos e encantos de suas culturas milenares.
A EXPOSIÇÃO
A exposição tem uma lógica circular, não importando onde é o começo ou o fim. Atravessando todo o espaço, o visitante encontrará um rio de palavras grafadas em diversas línguas indígenas, criando um fluxo que conectará as salas em um ciclo contínuo.
‘LÍNGUA É MEMÓRIA’
A sala “Língua é Memória”, traz à tona históricos de contato, violência e conflito decorrentes da invasão dos territórios indígenas desde o século 16 até a contemporaneidade, problematizando o processo colonial que se autodeclara “civilizatório”.
COMUNICAÇÃO
O ambiente apresenta também outras formas de comunicação entre os povos indígenas, como o monumental trocano – um tambor feito a partir de uma tora única e cedido pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da USP -, que Daiara Tukano descreve como “o WhatsApp de antigamente”. O instrumento pertence aos povos do Alto Rio Negro. Devido às proibições de práticas rituais e à violência decorrentes da presença missionária salesiana no Alto Rio Negro, as línguas e culturas desses povos foram afetadas enormemente.
PALMATÓRIA
Em um jogo de contrapontos, o mesmo espaço exibe também uma palmatória utilizada em escolas religiosas para castigar crianças indígenas que insistissem em falar suas línguas em vez do português.
‘PALAVRA TEM PODER’
Na sala “Palavra tem poder”, o público conhecerá a pluralidade das ações e criações indígenas contemporâneas a partir de seu protagonismo em diferentes espaços da sociedade, a exemplo de sua atuação no ensino, na pesquisa e nas linguagens artísticas.
PERCURSO DO RIO
Ao acompanhar o percurso do rio, os visitantes alcançam um quarto ambiente, noturno, uma atmosfera onírica introspectiva que permite o contato com a força presente nos cantos de mestres e mestras das belas palavras.
INGRESSOS
Os ingressos podem ser comprados pelo link: https://bit.ly/40q8lQu. O museu fica na Praça da Luz, s/nº, ao lado da estação de trem da CPTM. A versão virtual da mostra pode ser vista pelo link: https://nheepora.mlp.org.br/.