Em janeiro deste ano a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) havia anunciado como seria feito o reassentamento das famílias da Comunidade da Paz, que ocuparam irregularmente as margens do Rio Verde, em Itaquera. Segundo a secretaria, na primeira fase 101 famílias, residentes às margens do córrego, seriam contempladas até o final do primeiro semestre. As outras 276 famílias da área seriam transferidas até o final de 2014.
No mesmo mês a Prefeitura divulgou que as primeiras 120 famílias seriam reassentadas no Conjunto São Sebastião, situado na Rua Francisco Calegari com a Rua Frei Antonio Faggiano. Para isso, as pessoas teriam de aguardar a total desocupação dos prédios e o término dos 15% das obras que faltam para tornarem o empreendimento habitável.
Na segunda etapa, outras 276 famílias seriam reassentadas em um conjunto habitacional a ser construído na Avenida Itaquera, ao lado do condomínio Iguape A.
Durante reunião do Grupo de Trabalho (GT) da Vila da Paz, na sede da Prefeitura, na semana passada, a vice-prefeita Nádia Campeão anulou a proposta feita pela Sehab anteriormente. Segundo Nádia, o primeiro grupo, representado por 101 famílias, será realocado até o primeiro semestre de 2015, para o conjunto São Sebastião.
Ela disse, também, que até a entrega de novas unidades, a Sehab coordenará um Plano de Trabalho Social para as 266 famílias restantes. O principal destino desse segundo grupo é o Conjunto Iguape B, que será inaugurado até o 2° semestre de 2016. Vagas no Condomínio Atibaia serão oferecidas como opção.
No encontro, a secretaria também apresentou à Associação dos Moradores da Vila da Paz um parecer técnico, que demonstrou a inviabilidade do “Plano Popular Alternativo para a Vila da Paz”. O projeto foi proposto em 2013 pelo Coletivo Comunidades Unidas de Itaquera, pelo Instituto Polis e pelo Peabiru.
Após descumprir o acordo voltado às moradias, a Prefeitura apresentou o que chamou de pacote de benefícios, incluindo o fornecimento regular de água e energia elétrica, além da formalização das moradias. A vice-prefeita salientou estar atendendo a um conjunto de reivindicações históricas da comunidade, que iniciou a ocupação da área em 1991 e é formada por 377 famílias.
A Sabesp se comprometeu a implantar a infraestrutura de rede de água até o final de maio, além de viabilizar a rede de esgoto após a remoção das moradias do Setor 1. Já a Eletropaulo ficará responsável pela nova rede elétrica, com início previsto para abril e conclusão até setembro. Outra atribuição da empresa é o cadastramento de toda a comunidade nos próximos 15 dias, por meio do CadUnico (Cadastro Único para Programas Sociais).

