Em meio à rotina intensa dos empreendedores, é comum que muitos deixem a declaração do Imposto de Renda para a última hora, ou até mesmo ignorem essa obrigação. De acordo com dados da Receita Federal, cerca de 13 milhões de brasileiros entregaram a declaração fora do prazo em 2024, o que resultou em multas que variam de R$ 165,74 a até 20% do imposto devido.
Para empresários e profissionais liberais, esse número representa não apenas uma falta de planejamento, mas também uma falha grave de gestão pessoal e financeira.
“Quem não declara, paga o dobro depois, seja em penalidades, em problemas com a Receita ou em oportunidades perdidas por estar irregular”, afirma André Minucci, especialista em mentoria jurídica.
No caso dos empresários, isso se reflete diretamente na saúde da empresa. A separação entre finanças pessoais e empresariais é uma recomendação básica, mas que ainda é ignorada por muitos, e isso pode levar a inconsistências que comprometem todo o negócio.
A Receita Federal cruza dados de forma automática, e omissões ou declarações incorretas são rapidamente identificadas. Isso pode gerar bloqueios de CPF, restrições para financiamentos, problemas em contratos com instituições bancárias e impedimentos legais para realizar operações como compra e venda de imóveis. “Estar com o CPF regularizado é pré-requisito para uma série de atividades básicas. Quando um empresário deixa de declarar o IR, ele pode comprometer sua liberdade de ação, inclusive na gestão do próprio negócio”, pontua Minucci.
Além disso, há o aspecto estratégico. Empresários que conhecem e utilizam bem as ferramentas fiscais, incluindo deduções legais, declarações corretas e organização de documentos, estão mais preparados para crescer de forma estruturada.