Luciane Insuela, coordenadora do Fundamental – Anos Finais do colégio, celebra o sucesso da iniciativa e destaca sua importância para a conscientização dos estudantes sobre o tema
Na última segunda-feira, dia 1 de setembro, o ex-goleiro Aranha conversou com cerca de 800 alunos do Colégio Agostiniano Mendel sobre suas experiências de vida, compartilhando relatos sobre os episódios de racismo que já sofreu.
Foram três momentos de bate-papo com estudantes do Fundamental – Anos Finais (8º ao 9º ano), que puderam fazer perguntas e tirar dúvidas sobre temas ligados à pauta racial e sobre a vida e carreira do ex-jogador.
Para além de seguir envolvido em atividades no futebol, Aranha é, atualmente, palestrante e já publicou dois livros – “Brasil Tumbeiro”, livro infantojuvenil sobre a história negra no Brasil, e “Patrocínio”, que conta a história de José do Patrocínio, que lutou pelo fim da escravidão no país. O ex-goleiro já foi premiado, em 2014, pelo Ministério dos Direitos Humanos, pela sua atuação contra o racismo.
Ex-goleiro Aranha compartilhou suas experiências de vida com alunos e alunas do Colégio Agostiniano Mendel, na zona leste de São Paulo. Foto: Divulgação/SAEA
Atuando profissionalmente como palestrante desde 2018, Aranha celebra a recepção que teve no colégio do Tatuapé, na zona leste de São Paulo, onde pôde contar suas histórias e dialogar com os estudantes sobre uma questão tão fundamental quanto o racismo. Para ele, é motivo de otimismo a interação e o interesse demonstrado pelos jovens.
“É claro que o fato de eu ter jogado futebol é um chamariz e ajuda muito, mas eu acho esse engajamento dos estudantes na palestra muito interessante porque o Brasil é um país que sempre negou o racismo e sempre se negou a falar sobre isso”, comenta.
Enfrentamento ao racismo
Luciane Insuela, coordenadora do Fundamental – Anos Finais do colégio Agostiniano Mendel, explica que a ideia da palestra surgiu a partir do desejo de que os estudantes pudessem ver que o racismo é algo que realmente acontece no dia a dia de milhões de brasileiros.
“Quando a gente traz alguém com a história do Aranha para conversar pessoalmente com os alunos, acreditamos que o testemunho fica ainda mais forte – é um relato real e impactante”, diz.
De acordo com Luciane, o Colégio Agostiniano Mendel desenvolve diversas atividades como rodas de conversa e leituras específicas sobre temas como letramento racial e bullying, além de manter canais de comunicação abertos entre a comunidade escolar.
“São vários trabalhos que são realizados dentro da instituição sobre racismo e letramento racial. Já a partir do 8º ano, por exemplo, temos projetos interdisciplinares entre História e Geografia que falam sobre isso. Acreditamos que a escola tem o dever de formar cidadãos críticos e conscientes”, conclui.
