Em oito anos de governo, Prefeitura e Estado ainda não conseguiram implantar o Programa Córrego Limpo em toda a Zona Leste. Inclusive deixaram de incluir o Córrego Rapadura, um dos mais problemáticos da região e que corta diversos bairros. Outra questão, também alheia a algumas subprefeituras, está relacionada à falta de limpeza e corte do mato das laterais de muitos córregos. Exemplos como do Rio Verde-Jacu ou mesmo do Bartolomeu Ferrari, próximo à Avenida Jacu-Pêssego, podem ser vistos em vários locais. Sem manutenção e com a falta de campanhas informativas, os córregos tornam-se verdadeiros lixões a céu aberto, recebendo colchões, sofás, armários e outros objetos.
ALCKMIN E KASSAB
Diante desta realidade, Alckmin e Kassab divulgam a informação de que o “Córrego Limpo” tratou o esgoto de 375 mil pessoas na Zona Leste, que possui mais de 4 milhões de habitantes. O programa da Sabesp e da Prefeitura despoluiu 35 cursos d’água na região, com um investimento de R$ 20,4 milhões. Segundo os governos, além da população, ganhou também o meio ambiente, com o encaminhamento de 276 litros de esgoto por segundo para tratamento, contribuindo para a despoluição dos rios Aricanduva e Tietê, que recebem a água desses córregos.
CÓRREGOS
Os córregos beneficiados na região Leste são: Aricanduva/Vila Formosa – Coutinho e Fazenda Velha, Cidade Tiradentes – Quinta Sinfonia, Parque da Consciência Negra e Jardim Pedra Branca, Guaianases – Castanho da Silva, Itaim Paulista – Armênio Soares, Jardim Nazaré e Desembargador Fausto Whitaker, Itaquera – Guichi Shigueta, Nascente do Jacupeval, João Abreu Castelo Branco, Macela do Campo, Mandy, Bartolomeu Ferrari e CDHU Guaianases, Penha/Ermelino Matarazzo – Franquinho (trecho Esperantina e Aricá-Mirim, Sonho Gaúcho/Ponte Rasa (montante), Itapegica-Mongaguá, Rincão (André Francisco) e Candapuí, São Miguel – Cruzeiro do Sul (montante), Limoeiro (garagem), Benedito Brandão, El Rey, Parque Primavera, Rio do Ouro, Tancredo Neves e Dr. Flamiano Costa.
Nesses locais, a Sabesp realizou diversas ações, como prolongamento de redes coletoras, execução de novas ligações, construção de coletores e interceptores, além de monitorar e realizar a manutenção das ligações já existentes.
Até o fim deste ano, segundo a empresa de saneamento, serão despoluídos mais sete córregos na região Leste, beneficiando 72 mil pessoas com a remoção de 138 litros por segundo de esgoto. O investimento é de R$ 152 milhões.
O PAPEL DE CADA UMA
No Programa Córrego Limpo, a Sabesp é responsável pela instalação e manutenção da rede coletora de esgoto tanto na margem do córrego quanto nas ruas da região, além de identificar ligações clandestinas. A Prefeitura faz a limpeza e poda e o controle sobre as galerias de chuva, para evitar que elas recebam esgoto de forma irregular. Quando necessário, o município transfere famílias instaladas às margens dos cursos d’água para que as tubulações de esgoto sejam instaladas.
Para que os benefícios sejam duradouros é importante que a população contribua, alertando sobre lançamento de lixo na água ou nas margens dos córregos e sobre despejo clandestino de esgoto.
Conforme a Prefeitura e o Estado, as ações do Programa Córrego Limpo já fizeram com que 1.060 litros de esgoto por segundo passassem a ser enviados para tratamento na cidade. Desde 2007, quando foi iniciado, o programa despoluiu 106 cursos d’água em todas as regiões da capital.
RIOS DESPOLUÍDOS
Os governos salientam que cerca de 1,6 milhão de paulistanos que vivem perto desses córregos foram beneficiados com rios despoluídos, margens limpas e mais qualidade de vida. Para eles, parques lineares foram criados para aumentar as opções de lazer na cidade. O investimento foi de R$ 141,2 milhões.
Até o final deste ano, outros 46 córregos serão despoluídos pelo programa. Mais 700 litros por segundo de esgoto passarão a ser enviados para tratamento, fruto de um investimento conjunto de mais R$ 760 milhões – nesta etapa há diversas ações de habitação e urbanização. O total de beneficiados diretamente chegará a 2,3 milhões de paulistanos.

