A Prefeitura de São Paulo acaba de implantar miniflorestas nas UBSs da cidade. Com árvores frutíferas, espécies da Mata Atlântica e ervas usadas em chás e remédios caseiros, as áreas verdes vão contribuir com o meio ambiente e a saúde, regenerando o ecossistema local e aproximando a natureza do cuidado.
Na UBS Cidade Nova São Miguel, localizada na Zona Leste, o cenário começou a ser transformado em outubro, com o plantio de cerca de 150 árvores de 40 espécies em uma área de 300 metros quadrados.
Ali foram plantados pés de acerola, figo, goiaba, moringa, romã, fruto-do-sabiá, urucum, mulungu, ingá, aroeira-pimenteira, jenipapo, cabeludinha, limão-cravo e cambuci, além de babosa, boldo, capim-limão, capuchinha, carqueja, mirra, manjericão, lavanda, melissa, erva-cidreira, hortelã, erva-baleeira e arnica.
BEM-ESTAR
A gestora da UBS, Ana Claudia Pinheiro Padilha, destaca que áreas verdes contribuem para o bem-estar e a saúde mental de quem as utiliza.
“Isso fortalece os vínculos entre unidade, profissionais e comunidade, ampliando a visão de saúde como resultado da interação entre meio ambiente, qualidade de vida e participação social.”
Paciente da unidade há oito anos, a babá Mariana Belmonte participou do plantio de outubro com um grupo de crianças.
“Vim porque queria tirar meus filhos de casa e também porque plantar é uma delícia”, conta ela, que recordou os sabores da infância ao ver tantas mudas de árvores frutíferas. “Lembrei da casa da minha mãe, onde tinha amora, manga, limão, goiaba…”.
Já a agente de desenvolvimento socioambiental Elma Passos, que trabalha com compostagem, disse que ficou com água na boca ao pensar nas jabuticabas que poderá colher no futuro.
“É uma iniciativa muito interessante”, elogiou.
A iniciativa da minifloresta é fruto da parceria entre o Programa Ambientes Verdes e Saudáveis (Pavs), da Secretaria Municipal da Saúde, e a ONG Formigas-de-Embaúba — que, apenas em 2024, já plantou quase 2 mil árvores de 134 espécies junto com mais de 8 mil estudantes da rede municipal, tornando as escolas espaços mais verdes e vivos, onde o aprendizado acontece em contato direto com a natureza.
PULMÃO VERDE
Segundo Almir Amorim, gestor local do Pavs, a médio prazo, além de colaborar para o meio ambiente, a minifloresta da UBS Cidade Nova São Miguel funcionará como espaço terapêutico, de educação em saúde, de convivência comunitária e até de espera humanizada para consultas.
“No longo prazo, também esperamos a integração da minifloresta com a área de mata ciliar do córrego nos fundos da UBS, formando um corredor verde”, acrescenta Almir, prevendo a consolidação do espaço como um verdadeiro “pulmão verde comunitário”.
“Ter mais árvores significa menos calor, mais saúde e uma vida mais sustentável para a comunidade”, ressalta o coordenador do Pavs, Patrício Gomes Moreira, lembrando que a iniciativa se soma ao Avança Saúde Ambiental, realizado em parceria com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, que desde abril vem promovendo o plantio de árvores em espaços públicos e, até setembro, já havia alcançado 4.825 mudas. “Assim, ao cumprir o eixo do Pavs voltado à biodiversidade e arborização, colaboramos com a meta da Prefeitura de São Paulo de plantar 120 mil árvores até o fim deste ano.”

