Uma violenta explosão destruiu uma residência na Rua Francisco Bueno, 73, no Tatuapé, próximo à Avenida Salim Farah Maluf e à Avenida Celso Garcia, na noite da última quinta-feira, dia 13. O incidente, registrado por volta das 19h15, deixou uma pessoa morta e dez pessoas feridas e provocou um intenso incêndio que mobilizou equipes de resgate e moradores da região. A estrutura da casa ficou completamente destruída e, segundo a Defesa Civil, outros 23 imóveis vizinhos foram interditados por comprometimento à estrutura.
De acordo com testemunhas, no imóvel funcionava um depósito clandestino de fogos de artifício, o que agravou a violência da explosão e multiplicou os riscos aos vizinhos. Moradores relataram que um estrondo semelhante a um trovão sacudiu as ruas próximas e espalhou destroços a dezenas de metros. Várias janelas de prédios vizinhos ficaram estilhaçadas, enquanto fragmentos de madeira e metal caíram sobre carros estacionados.
COMBATE AO FOGO
O Corpo de Bombeiros chegou ao local em menos de cinco minutos e iniciou o combate às chamas, usando caminhões de grande porte e balas de água com agentes retardantes. Cerca de dez equipes trabalharam na contenção do fogo para que ele não se alastrasse às construções vizinhas. Durante a operação, um bombeiro sofreu uma pequena queimadura e foi atendido no local.
Simultaneamente, equipes do Samu e da Defesa Civil prestaram os primeiros socorros aos feridos: dois homens, de 32 e 45 anos, com queimaduras de primeiro e segundo grau, e uma mulher de 28 anos, com ferimentos leves. Todos foram encaminhados ao Hospital Santa Marcelina. A área foi completamente isolada para garantir a segurança dos moradores.
ISOLAMENTO DA ÁREA
Após a liberação pelo Corpo de Bombeiros, a Polícia Civil iniciou diligências para apurar as causas da explosão. Peritos do Instituto de Criminalística realizam coleta de vestígios e fotografias, enquanto investigadores procuram documentos ou notas fiscais que comprovem a origem e a regularidade do estoque. Fontes ligadas ao caso afirmam que o imóvel não possuía licença para guardar fogos de artifício e que o proprietário, morto na explosão, tinha se mudado há poucos meses para o local.
A Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Segurança Urbana, emitiu nota expressando preocupação com o acontecimento e anunciando reforço nas fiscalizações de pontos de venda e armazenamento de pirotecnia em toda a capital. Em caráter emergencial, agentes da vigilância sanitária e da fiscalização predial vistoriarão imóveis suspeitos para evitar novos episódios de risco à população.
DEPÓSITO ILEGAL
DE FOGOS
Além dos danos estruturais, a explosão gerou pânico entre comerciantes da Rua Francisco Bueno e arredores. Lojistas relataram queda significativa de movimento e cancelamento de entregas em função do bloqueio viário. Moradores de edifícios próximos contam que, após o susto, famílias deixaram temporariamente seus apartamentos até que as avaliações de segurança sejam concluídas.
A Defesa Civil orienta que o tráfego só será liberado após a confirmação de estabilidade das estruturas afetadas. Na sexta-feira, várias equipes dos governos municipal e estadual estiveram no local para acompanhar as investigações e o apoio aos desabrigados. Algumas campanhas foram lançadas para o acolhimento das vítimas.
IMPACTOS NA
VIZINHANÇA
Especialistas em segurança pública alertam que casos de explosões em depósitos clandestinos de fogos de artifício não são isolados, principalmente em bairros periféricos, sem fiscalização rigorosa. Entre 2018 e 2024, pelo menos dez incidentes semelhantes foram registrados em diferentes regiões do estado de São Paulo, resultando em múltiplas vítimas e destruição de imóveis.
Com a conclusão do inquérito, a Polícia deve indiciar responsáveis pela manutenção e comercialização irregular dos fogos de artifício, além de avaliar possíveis crimes de homicídio culposo em caso de agravamento do quadro clínico dos feridos. A expectativa é que as medidas punitivas e as novas diretrizes de fiscalização ajudem a prevenir episódios como o ocorrido na última quinta-feira, no Tatuapé.
O comandante do 3.º Grupamento de Bombeiros, tenente-coronel Valdir dos Santos Alves, falou da importância de a vizinhança denunciar às autoridades qualquer tipo de atividade com fogos de artifício em imóveis residenciais.



