Em duas semanas policiais do 30º DP – Tatuapé desmantelaram três desmanches de carros e prenderam dez indivíduos que comercializavam peças de veículos furtados ou roubados no Tatuapé. Uma das quadrilhas atuava na adulteração de módulos eletrônicos para utilizarem no furto de outros carros.
Em um dos locais foi encontrado um caminhão Scania de 14 toneladas com o baú repleto de peças de automóveis desmanchados que estava deixando o local com destino ao nordeste do País. As dez prisões em flagrante aconteceram após um trabalho de investigação e a obtenção de mandados de busca e apreensão.
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ENXUGANDO GELO
Segundo o delegado titular do distrito, Marcos Galli Casseb, “os dez presos da semana passada foram colocados em liberdade depois da audiência de custódia. Eu como delegado não sei o que fazer porque estou combatendo quem fomenta o crime de furto e roubo de veículos, mas os meliantes saem no dia seguinte e voltam às mesmas atividades criminosas. Nesse caso, estamos enxugando gelo ”, disse Casseb.
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O delegado é categórico em falar que não pode e não vai parar o trabalho e destaca que a atividade da Polícia Civil não pode ser rasa. “Não basta apenas prendermos o ladrão, porque o furto de veículos é mais ou menos igual a uma biqueira de drogas, você prende um e já vem outro em seguida para fazer o mesmo serviço”, declara o delegado. “É necessário um trabalho minucioso de investigação que temos feito para se chegar aos receptadores e prender os chefões do crime, quem paga para roubar e é isso que nossa equipe tem feito com sucesso, mas eles veem que nada acontece”, informa.
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IMPUNIDADE
GERA IMPUNIDADE
Casseb destaca que desde que assumiu o distrito, em janeiro de 2023, os índices de furto e roubo de veículos no Tatuapé diminuíram. De janeiro a outubro de 2024 a média mensal caiu de 139 para 114 no mesmo período deste ano, uma queda de 18%, mas o delegado ainda quer baixar mais esse número.
Para Casseb, só existe uma forma de diminuir ou acabar com os crimes: uma alteração urgente e significativa na legislação brasileira. Ele é da opinião de que a impunidade gera impunidade, por isso defende a tese que “a legislação brasileira processual é fraca e muito branda e é a legislação que coloca o ladrão na rua. A legislação precisa ser alterada com urgência. A nossa sociedade precisa acordar para isso, senão vamos continuar sofrendo”, afirma.


