Passeio ciclístico busca convivência pacífica no Tatuapé

Com o objetivo de promover a saúde e o bem-estar dos participantes, o ciclista amador Wagner Ferreira do Amaral, morador da Vila Matilde, está organizando o Role Urbano das Quintas.
“Trata-se de um passeio noturno, previsto para acontecer todas as quintas-feiras, com saída às 21 horas, partindo da Praça Silvio Romero, ou de outra praça do bairro, para um percurso de cerca de 10 km pelas ruas do Tatuapé”, explica Amaral, um dos idealizadores do passeio.

Segundo relata o ciclista, a ideia surgiu quando ele e mais outros ciclistas moradores do Tatuapé começaram a realizar o passeio na chamada Ciclovia Verde, ao longo da Radial Leste, entre o Tatuapé e Itaquera. Porém, devido a alguns problemas, o passeio começou a se tornar perigoso demais.

PUBLICIDADE

EMBRIÃO DO PROJETO
“Devido à presença de usuários de drogas, à ocorrência de assaltos e também aos inúmeros buracos na via, pedalar sozinho se tornou um risco muito grande. Nasceu, então, a ideia do Role Urbano das Quintas (RUQ)”, conta Amaral. O ciclista afirma que o projeto não tem fins lucrativos. “Um de nossos objetivos, também, é promover a convivência pacífica entre ciclistas e motoristas”, adiantou o adepto da bike.

O primeiro Role Urbano das Quintas está previsto para acontecer no dia 14 de junho, às 21 horas (encontro marcado para as 20h30). “Nossa ideia é fazer o passeio semanalmente. A partir de um cadastro de inscrições por telefone e e-mail, esperamos contar com cerca de 50 participantes, em média, por passeio”, prevê Amaral

QUEM PODE PEDALAR?
O organizador afirma que são bem-vindas ao passeio pessoas de todas as idades. “Trata-se de um percurso leve, que será definido a cada novo passeio”, garante Amaral. As únicas exigências, diz, são capacetes e luzes de segurança para todos. O ciclista frisa que o passeio não tem taxas de inscrição, nem escolta motorizada, nem uniforme. “Basta comparecer com sua bicicleta e pedalar”, convida.

Os interessados devem enviar e-mail para ruqtatuape@yahoo.com.br e conferir o passeio do dia. “Os roteiros são variados, procuram visitar lugares da região pouco conhecidos. Todo passeio terá um ou mais ‘padrinhos’ – os responsáveis pela condução do grupo -, definidos previamente ou na hora da saída”, explica Amaral. O telefone para contato é 9758-7278.

Para um passeio seguro e responsável, o grupo elaborou algumas diretrizes. Uma delas é de que cada ciclista é “completamente responsável pela sua própria segurança, e deve agir sempre de forma defensiva, com o mesmo cuidado que teria se estivesse pedalando sozinho. O fato de estar pedalando em grupo não o exime dessa preocupação”.

SEGURANÇA
Também é recomendado que os participantes usem capacete, luvas, roupas claras, pisca traseiro, farol ou pisca dianteiro e adesivos refletivos no quadro da bicicleta. “A ideia é que esses passeios ajudem um pouco as pessoas a aprender a pedalar na cidade, o que é bem diferente de fazer trilhas. Assim, os ciclistas devem sinalizar sua intenção com o braço, observar as regras de circulação, procurar respeitar semáforos e preferências, evitar transitar pela contramão e manter-se sempre visíveis e previsíveis”, explica o informativo do RUQ.

Nas vias com mais de uma faixa para automóveis, a estratégia do grupo é ocupar toda a largura da faixa mais à direita, para fazer volume e aumentar a visibilidade e a segurança do grupo. Nas vias com apenas uma faixa, o grupo deve andar em fila indiana, de forma que a via seja compartilhada com o transporte motorizado.

CONDUTA
É intenção também que o passeio chame a atenção de outras pessoas para as vantagens de se transitar de bike pela cidade. Para isso é importante respeitar pedestres, dando-lhes sempre a preferência, e negociar em situações de “conflito” com o transporte motorizado, evitando um contato agressivo – a simpatia é a arma do convencimento.

Segundo os organizadores, uma das intenções é proporcionar, a quem quer começar a pedalar, uma oportunidade para fazê-lo de forma segura e confiável. Não há compromisso em concluir o passeio: pode-se participar de apenas parte dele, e abortar em qualquer lugar.