Moradores do Jardim Têxtil voltaram a se reunir no dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente. Ao propósito, a manifestação saiu em defesa de 350 árvores e de um sítio arqueológico existente no Complexo Rapadura. Aliás, nesse mesmo local há, atualmente, um projeto para a construção de um pátio de manobras do Metrô, pertencente à extensão da Linha 2 – Verde. Porém, segundo os manifestantes, o mesmo irá destruir a área verde e ainda poderá interferir no conhecimento da história da região. Assim, para minimizar os danos à região, as pessoas propõem que a Companhia do Metropolitano utilize um terreno de 400 mil metros quadrados, a poucas quadras do conjunto arbóreo. Principalmente porque está desativado há mais de 30 anos, e cuja Prefeitura é dona de uma parte dele.
DERRUBADA DE ÁRVORES
Por conseguinte, em agosto do ano passado, moradores próximos ao Parque Linear do Complexo Rapadura e à Praça Mauro Broco receberam uma carta do Metrô. O documento levava o aviso de que toda a área seria ocupada e provavelmente todas as árvores seriam derrubadas. Nesse ínterim, o fato revoltou boa parte das pessoas residentes no entorno e provocou diversas manifestações que resistem há quase um ano.
PROCESSOS
De acordo com a moradora Marta Cavalcante, diante das prováveis consequências, foi aberta uma ação civil pública, a pedido do Ministério Público (MP-SP). Depois, também foi protocolada outra solicitação, junto ao Tribunal de Contas do Município (TCM), para investigar a cessão da área pela Subprefeitura Mooca. Com isso, foram obtidas liminares de primeira e segunda instâncias por aproximadamente oito meses.
SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS
Entretanto, há cerca de 15 dias, o Metrô interpelou junto ao Tribunal Superior de Justiça (TSJ), quando o ministro Humberto Martins derrubou a liminar do MP-SP e, por conta de sua decisão, o TCM também abriu mão do processo. Entretanto, conforme Marta, mesmo após as determinações, a realidade é a de que ainda estão presentes nos terrenos dois sítios arqueológicos, inclusive reconhecidos pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
ARTEFATOS DO SÉCULO 19

Nesse sentido, com base na afirmação do próprio Iphan, de haver indícios da existência de artefatos do século 19 no local, o Ministério Público Federal (MPF) abriu uma ação. O órgão prevê que a construção de um canteiro de obras para o pátio poderá promover impactos importantes na área, incluindo a impermeabilização do solo. Ao mesmo tempo, enquanto todo o imbróglio judicial não se define, os moradores pedem a reabertura do espaço verde, dos CDCs e dos campos de futebol. A maioria dos manifestantes também fez questão de frisar não ser contra o transporte público. Eles estão sim, em oposição à forma como o Metrô vem tomando suas decisões.
Metro é bom , mas infelizmente em SP está sendo feito a custa de derrubadas de muitas árvores em praças publicas, devido a falta de recursos para adquirir terrenos privados, acredito que o Verde e a Mobilidade deveriam andar lado a lado!
Fico intrigada, o local tem o córrego fétido, a calçada toda esburacada, lugar com péssima iluminação, de parque não tem e nunca teve nada.
Só não entendo este interesse repentino pelo local. Acho que não é só pelas árvores.
A quantidade de árvores que será retirada será muito menor que a informação dada nesta notícia. Ao final das obras o Metrô devolverá uma praça com muito mais estrutura do que há hoje. Informem-se melhor antes de fazer sensacionalismo!
Por que ceder praças e parques públicos para obras do Metrô? As praças e parques não são terrenos ociosos a disposição de qualquer empresa. Esses espaços são propriedades do povo e desempenham um papel fundamental para a convivência social e controle do clima regional.
A conservação do meio ambiente nunca foi tão importante quanto no momento em que vivemos e uma empresa pública, a joia da coroa do governador se São Paulo , como é o Metrô que vende a imagem de que é boa para o meio ambiente e faz o oposto nos canteiros de obras, como foi o caso da praça Coxim, na Vila Formosa, onde dezenas de árvores caíram para dar espaço a uma torre de ventilação mesmo havendo opções locacionais no seu entorno, deveria ser um exemplo de sutentabilidade. É inimaginável que o Metrô, com o seu quadro de engenheiros, não consiga encontrar uma opção para realizar uma obra tão importante para a cidade sem destruir o meio ambiente, principalmente em uma região carente de espaços verdes como é a zona leste de São Paulo. E é mais inimaginável que o Metrô, a Prefeitura e o Governo do Estado utilizem uma área de preservação permanente e de uso comunitário com o intuito depoupar um terreno gigantesco, ocioso há anos, para a especulação imobiliária. O lucro de grande construtoras prevalecem sobre a preservação do meio ambiente.
Respondam exatamente qual foi o conteúdo encontrado no sítio arqueológico. Perentenceu a que civilização ou grupo especifico? Que materiais foram encontrados? Estão sendo catalogados?
Que maravilha! Importante a luta dos moradores, da midia, e de quem deseja um lugar saudável para viver. Parabéns pela matéria…. Precisamos estar juntos e juntas nessa luta!
Excelente matéria, Metrô Sim! Devastação Não! Justiça seja Feita?