A questão social parece ter se tornado um problema insolúvel na cidade e, consequentemente, nos bairros. A região do Belém, Bresser e Mooca, por exemplo, se tornou o principal local, fora a área central, de concentração de moradores de rua. No bairro do Belém, os sem-teto circulam principalmente no perímetro entre o Largo São José do Belém e a Rua Cajuru, onde existe um albergue da Prefeitura.
DESCONFORTO
O problema, conforme quem reside no entorno, está no fato de muitos homens desrespeitarem pedestres, habitantes e visitantes. O desconforto ocorre quando os moradores de rua se sentem no direito de ocupar todas as calçadas com objetos pessoais, além de cobertores, malas, utensílios domésticos e até carrinhos de compra. A questão é tão delicada que, prevendo as dificuldades, Giovanni Di Cicco, presidente da Sociedade Amigos do Belém, visitou a redação desta Gazeta, no primeiro semestre do ano passado, para alertar sobre o que poderia acontecer.
PROGNÓSTICO
Um ano depois, o prognóstico se confirmou e o incômodo vem aumentando. A reportagem pôde constatar a realidade atual em entrevista concedida por Norberto Mensório, presidente do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) do Belém. Segundo ele, nem a negociação com Luciana Temer, secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social; e Zé Américo, secretário municipal de Relações Governamentais, adiantou.
REUNIÃO
Mensório, Di Cicco e o vereador Toninho Paiva, estiveram no gabinete da secretária e avisaram sobre os transtornos futuros que a instituição iria criar no bairro. Na oportunidade, ainda propuseram a ela ocupar um terreno quatro vezes maior, na Rua Ulisses Cruz, esquina com Avenida Salim Farah Maluf, por apenas R$ 10 mil a mais que o da Rua Cajuru. O local também tinha vagas de estacionamento e espaço para os moradores de rua guardarem suas carroças e deixarem seus bichos de estimação.
SEM MUDANÇA
“Como Luciana havia sido irredutível sobre a possível mudança de endereço do albergue, fomos até Américo, que intermediou um questionamento direto ao prefeito Fernando Haddad. No entanto, obtivemos a resposta de que a Sociedade Amigos e o Conseg não deveriam interferir nas decisões da cidade. Portanto, nada iria mudar, pois estava tudo certo”, contou o presidente do Conseg.
ILEGALIDADE
Mensório foi categórico ao afirmar que todo o processo de busca de imóvel e contrato, feito pela Prefeitura, foi nebuloso. Primeiro ele frisou não ter existido uma consulta pública, quando para esse tipo de serviço é preciso buscar a opinião das pessoas. Depois, a Secretaria relatou que estaria preparada para oferecer o suporte aos vizinhos. Contudo, passaram a servir café, almoço e jantar e, a partir de determinado horário, simplesmente encaminhavam os atendidos para a rua de novo.
MAIS PROBLEMAS
“Ou seja, não tiraram os moradores da Rua Cajuru, muito menos os do Viaduto Bresser, e ainda criaram outro problema em frente a sede da Sociedade Amigos do Belém, na Rua Herval, 91. Como não existem abrigos suficientes, os sem-teto foram em grande número para a fachada da SAB e depois invadiram o prédio, inclusive roubando parte do patrimônio. Ao mesmo tempo, se instalaram no lugar colocando móveis, televisão, sofá e outros objetos”, indignou-se Mensório.
INTERVENÇÃO
Além de todo o mal-estar criado com a situação, quando o presidente do Conseg pediu a presença da Subprefeitura Mooca na Rua Herval, houve a intervenção do padre Júlio Lancelotti e do ex-secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy, para que os moradores de rua não saíssem do espaço. Com isso, os integrantes da entidade voltaram a procurar o subprefeito da Mooca, Evando Reis. Porém, ele revelou não poder fazer nada. Na última sexta-feira, dia 2, tanto o padre, quanto o subprefeito, voltaram ao local para nova negociação.
GRUPOS
Voltando à Rua Cajuru, o presidente do Conseg esclareceu que os grupos existentes no endereço estão constituídos da seguinte forma: 25% de usuários de drogas, 25% de alcoólatras, 25% com enfermidades mentais ou deficientes e 25% de fragilizados por viverem na rua. “Enquanto isso, a população é obrigada a se esconder em suas casas, com medo do tráfico, dos furtos e dos pedintes”, finalizou.
Alguém, em sã consciência,pode achar normal o passeio público virar uma favela? ISSO É UM ABSURDO!!! Que a prefeitura cumpra a sua obrigação e providencie abrigos para essas e pessoas, e devolva o espaço público para a pophem geral!!! Chega de demagogia barata!!! Só é a favor de uma barbaridade como essa quem não tem esse problema na sua rua, na sua porta!!! Espero que a Justiça não volte atrás mais uma vez e desocupe as calçadas da Radial Leste e viaduto Bresser no próximo dia 13 de novembro!!! Chega de bandalheira!! O interesse da esmagadora maioria da população tem de prevalecer!!!
Eu vejo na realidade uma grande migração de pessoas necessitadas vindas de outras Cidades de SP e do Brasil para Capital, um movimento articulado por pseudos Partidos de Movimento, e como suas Cidades de origem Interior de SP e outras Cidades fora de SP estão em situação pior que a Cidade de SP Capital, migram para SP onde temos Hospitais, abrigos, tanto do Estado como do Município que NÃO TEM CAPACIDADE DE SUPORTAR, não será o Padre Lancelotti quem irá resolver, nem igrejas católicas ou evangélicas ou pessoas sensibilizadas que fornecem alimento, colchão, cobertor etc isto é PALIATIVO não resolve. Precisamos de políticas públicas e identificar a origem e abrigar em locais de suas origens e adequar não em lugares de concentração como num holocausto como dos judeus no passado, cade o Partido das classes desfavorecidas que ficou quase 17 anos no poder e prometeu ao povo tudo do bom e do melhor cadê eles , o Prefeito de SP também é responsável, deixou a revelia e aqui parece o Afganistão, faça albergues decentes ao invés de instalação radares e ciclovias e colocar Guardas Minicipais mulando …isto me causa indignação onde estão as Assistentes Sociais da Prefeitura , Estado e União o poder publico, no país inteiro por onde se anda existem pessoas sem um teto, desempregadas , não será uma sopa que vai resolver, onde estão os tais VEREADORES que pedem agora seu voto e estão a vários mandatos e não ouvem as classes menos favorecidas e porque não enviam projetos para solucionar o avalanche de pessoas moradores de rua se eles não tem uma atividade irão consumir drogas, fazer delitos e correrem risco de vida e serem escrachados pela sociedade, se tem verba para fazer refeição por UM REAL com dinheiro público no caso do Governo do Estado de SP porque não se fazem Albergues decentes aos necessitados seguramente tem CRIANÇAS no meio e quem fará assistência a família e os filhos cade o Estado ?? Repensem em quem vocês vão votar nas eleiçoes.
A questao dos moradores de rua nao pode ser tratada como um caso de higienizacao populacional, mas deve tocar nos direitos humanos. A Casa Guadalupe, juntamente com a Missao Belem, oferecem aos moradores de rua todo o auxilio humanitario que a prefeitura deveria prestar. Alem disso, os moradores de rua ocupam areas da regiao do Belem abandonadas e sem comercio. Percebemos nitidamente na imagem que ilustra essa reportagem (claramente retratada no fim de uma madrugada) como essa regiao esta sendo ocupada pelas pessoas em condicao de rua apenas para pernoite, o que de maneira alguma interfere no comercio da regiao. Esta muito obvio que as pessoas citadas na materia estao em busca de uma solucao imediata para a questao visual e sanitaria dos bairros citados e despreocupadas com uma solucao definitiva para a populacao de rua que so tem aumentado nos ultimos meses. O trabalho do Padre Julio Lancelotte e das instituicoes acima citadas deve ser reconhecido e valorizado, pois enxerga essas pessoas como seres humanos que sao em busca de uma saida para sua condicao de rua atual, sao muito mais do que meros ˜usuarios de drogas, doentes mentais e sem-teto˜