A assessoria de imprensa da Fundação Casa esclareceu, na semana anterior, que a Unidade de Semiliberdade Professor Paulo Freire, localizada na Rua Francisco Marengo, 1.078, no Tatuapé, encerrou suas atividades em fevereiro deste ano, após cinco anos de atividades. Conforme o órgão, a medida se deu em função da frequente redução da demanda por vagas naquela localidade.
TRANSFERÊNCIA
Conforme a Fundação, os adolescentes que cumpriam medida no local foram transferidos para os demais centros de semiliberdade que a entidade mantém na região Leste, nos bairros do Belenzinho, Penha e São Mateus. A instituição fez questão de ressaltar que o fato não trouxe nenhum prejuízo no atendimento psicossocial, de saúde e pedagógico dos adolescentes. Atualmente, a casa está para alugar, mas ainda mantém as mesmas características, com a fachada da casa totalmente coberta por placas de madeira.
HISTÓRICO
Enquanto esteve no local, a instituição foi alvo de diversas polêmicas e críticas também. Muitos moradores diziam, principalmente em reuniões do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) do Tatuapé, que tal unidade não deveria funcionar na região. Outros alertavam a PM para a possibilidade do aumento de furtos e roubos. O funcionamento da casa gerou diversas discussões, inclusive com o próprio presidente do Conseg, à época o engenheiro Dagoberto Resende, que chegou a se reunir com a presidente da Fundação, Berenice Giannella, para pedir a ela a transferência dos jovens para outro local.
EXPECTATIVA
Um ano após o outro foi criada a expectativa de que, ao se encerrar o período de contrato, a unidade seria fechada. No entanto, a documentação continuava a ser renovada e os moradores seguiram impacientes e preocupados. Um dos casos sempre lembrados por Resende era o de uma farmácia, existente próxima ao imóvel alugado pela Fundação, que havia sido assaltada oito vezes em um mês, fato que mobilizou a PM. Dois meninos da unidade chegaram a ser acusados da participação em pelo menos uma das ocorrências.
DEFESA
Na época, a Fundação defendeu o direito dos adolescentes de poderem sair do imóvel durante o dia para trabalhar e estudar. O órgão também esclareceu que existiam várias unidades iguais à do Tatuapé no Estado e eram raríssimos os casos de jovens envolvidos com assaltos. Quando isso acontecia, os meninos ou meninas eram submetidos à avaliação judicial e, via de regra, cumpriam medida de internação.