Os furtos dentro de cemitérios ainda continuam ocorrendo. E entre os mais procurados pelos bandidos estão o da Penha e o da Quarta Parada. Por terem, campas, túmulos e minicapelas construídos pelas famílias, inclusive com obras de arte criadas por artistas de renome, esses locais seguem na mira de usuários de drogas, moradores de rua e de ladrões que buscam placas, portões e letras de bronze, estátuas, pertences pessoais e até dentes de ouro.
MAIS SEGURANÇA
Parentes de pessoas sepultadas no Cemitério da Penha, por exemplo, afirmam que os furtos ocorrem durante o dia e à noite. Mesmo os túmulos existentes próximos à sede da administração estão tendo os objetos arrancados. Andréa Ferreira afirmou que fica difícil para os familiares terem de dispor de dinheiro para repor as placas todos os meses. “Fazemos a nossa parte, porém deveria haver mais segurança no local”, solicitou.
Segundo ela, o mais absurdo é o fato dos bandidos não terem medida. “Até as urnas com ossos ficam à mostra. Frente a isso, como as famílias vão se sentir ao voltar ao cemitério?”, questionou Andréa.
CELULARES
No Cemitério da Quarta Parada muitas famílias tiveram de trocar peças de bronze por ferro. Alguns objetos de plástico também acabaram substituindo as peças de maior valor. Como algumas capelas foram esquecidas, ladrões forçam portas para tentar encontrar algo para vender. Além disso, em dias de maior movimento, os visitantes precisam estar atentos a celulares e bolsas, pois o número de furtos aumenta. Do lado de fora, no estacionamento, motoristas ainda sofrem com a presença de “flanelinhas”. Para Carlos de Souza, a GCM deveria agir preventivamente no local.
O OUTRO LADO
De acordo com a assessoria do Serviço Funerário do Município de São Paulo, não foi registrada nenhuma denúncia referente à destruição de lápides. A pasta relatou que existem túmulos danificados pela ação do tempo, devido ao abandono da família. Quanto a isso, o órgão esclareceu que a manutenção dos túmulos é de responsabilidade da família, já que não existe cobranças de taxas por parte do Serviço Funerário, conforme o Art. 37 do Ato nº 326/32.
BOLETINS
Conforme a assessoria, todos os furtos que ocorrem nos cemitérios são registrados em boletim de ocorrência, tanto pelo administrador quanto pelas famílias responsáveis pelos jazigos e cabe às autoridades policiais as providências de investigação.
O Serviço Funerário ressaltou que a responsabilidade por registrar o BO de furto é do concessionário, porém, para não ficar totalmente sem respostas perante as constantes reclamações dos munícipes, os administradores, quando informados por funcionários ou jardineiros e construtores, dirigem-se à delegacia para lavrar o boletim.


PENHA
Com relação ao Cemitério da Penha, a pasta informou que foram registrados furtos de aproximadamente 150 objetos neste ano, entre molduras de fotos, placas e portões de bronze e de ferro. O Serviço destacou ainda, que as ocorrências diminuíram expressivamente. Disse, também, que as famílias não procuram a administração para identificar peças recuperadas e não fazem a manutenção do túmulo.
QUARTA PARADA
A assessoria expôs que o Cemitério da Quarta Parada teve seu último boletim registrado pela própria GCM, no qual foi efetuada uma prisão por furto qualificado e aproximadamente 70 estátuas de bronze foram recuperadas no flagrante. Elucidou, ainda, que as peças estão à disposição dos familiares para reconhecimento e posterior recolocação.
CÃES DE GUARDA
Sobre os cães de guarda, a pasta adiantou que, devido ao êxito do projeto piloto feito no Cemitério da Consolação, está viabilizando a licitação para uma etapa experimental nos cemitérios da Consolação e do Araçá. Caso a nova etapa tenha êxito, será elaborado projeto para contemplar os cemitérios São Paulo e da Quarta Parada.
Conforme o Serviço Funerário, não há como estimar prazos para todas as etapas, mas até o fim do ano a primeira fase estará implantada.