O novo estádio do Palmeiras foi inaugurado na quarta-feira, dia 19 de novembro, seis meses e um dia depois do Itaquerão, do rival Corinthians.
Entretanto, ao contrário do que acontece e vai acontecer por um bom tempo com o clube alvinegro, a nova casa palmeirense já vai estrear dando lucro para o seu dono.
DÍVIDA
Na Arena Corinthians, todas as receitas com venda de ingressos estão sendo alocadas em um fundo imobiliário para serem utilizadas para quitar as parcelas da dívida de R$ 1 bilhão contraída pelo clube para construir o estádio. A primeira parcela corintiana, de R$ 100 milhões, vence em junho de 2015.
No Corinthians, a despeito das possíveis dificuldades que vão aparecer para quitar a dívida, não há desespero. “O ano de 2015 vai marcar o nosso lançamento para o mercado, como se fôssemos um empreendimento imobiliário”, diz Lúcio Blanco, administrador do Itaquerão.
“Nosso estádio ainda não está finalizado por causa de termos abrigado a abertura da Copa do Mundo, com exigências especiais”, diz. “Como poderíamos vender algo que não está pronto?”
O show do ex-Beatle Paul McCartney, agendado para os dias 25 e 26 deste mês no estádio palmeirense, não causa inveja no Corinthians. “O nosso perfil é voltado para o mercado corporativo. Pensamos mais em abrigar convenções de vendas. [Shows] Podem acontecer e são bem-vindos. Mas os grandes shows não são o foco”, diz o gestor Lúcio Blanco.
DEMANDA VAI PARA O SHOPPING
Por conta de improvisos, como a adaptação do estádio para o padrão Corinthians e não mais Fifa e as obras, o clube paulista apresenta cerca de 16% de sua capacidade total indisponível.
Enquanto isso, a diretoria corintiana vê o excedente de demanda migrar para o vizinho Shopping Metrô Itaquera. O local, onde o trem e o metrô que dão acesso ao estádio desembocam, tem um aumento de 10% no fluxo de pessoas nos dias de jogos.
PALMEIRAS
Diferente do Timão, o Palmeiras não colocou um real dos mais de R$ 660 milhões investidos na obra – contando o valor usado na revitalização do clube social. O Palmeiras também não pagará nada pela manutenção de sua nova casa, toda a cargo da construtora WTorre, administradora do estádio. Enquanto isso, o Corinthians vai arcar com os seus custos operacionais.
O clube alviverde também ganha percentuais de todas as receitas geradas pelo estádio, como vendas de alimentos e os naming rights, comprados pela Allianz Seguros, por R$ 15 milhões anuais.
Em 30 anos, o Palmeiras vai ganhar R$ 37,5 milhões só da Allianz – o restante ficará com a WTorre. Já o Corinthians, quando vender à alguma empresa os direitos de batizar o estádio, vai ficar com o valor integral pago pela empresa compradora.