Na semana passada um empresário da Penha denunciou uma situação sob o acesso do Viaduto Aricanduva, a cerca de 300 metros do 10º DP, que ele considerou ser uma possível “cracolândia”, pela quantidade de usuários de drogas que fica no local.
De acordo com ele, que está estabelecido na Rua Rui Gomes de Almeida, após a formação do reduto, as ruas próximas têm sofrido, todas as semanas, com roubos de cabos de telefonia e das entradas das caixas de força da Eletropaulo.
DEZ FURTOS
Segundo o empreendedor, mesmo na Marginal Tietê, 1.822, onde funcionava a antiga Controlar, os ladrões estão furtando portas, janelas e outros equipamentos. O empresário também relatou que, em seus mais de 40 anos estabelecidos na região, sua empresa foi furtada mais de dez vezes, chegando a ficar às escuras por dois dias durante os reparos. A partir desta realidade, ele solicitou à PM e à Polícia Civil, por meio de registro de Boletim de Ocorrência, que observassem o lugar utilizado para o consumo de drogas para descobrir se há alguma conexão entre os usuários e os furtos.
DELEGADO
Para o delegado-titular do 10º DP – Penha, Cármino Pepe, o novo ponto de uso de drogas já é de conhecimento da polícia e vem sendo vigiado de perto. “O problema é que as leis não permitem uma punição mais rígida ao usuário. Podemos levá-lo à delegacia, pedir informações e cadastrar seus dados pessoais, mas não é possível prendê-lo, a não ser que haja o indício de tráfico”, explicou Pepe.
comunidade
O delegado também lembrou de outro ponto crítico que fica na Rua Hely Lopes Meireles, esquina com a Avenida Airton Pretini, junto ao acesso ao Viaduto Aricanduva. “Neste local, próximo à entrada da Favela do Pau Queimado, usuários de droga abordam motoristas que param no semáforo. Alguns pedem dinheiro, enquanto outros tentam furtar pequenos objetos”, ressalta. Para Pepe, trata-se mais de um problema social, ligado ao tratamento clínico, do que criminal. “Nesses casos o Estado poderia oferecer a internação como forma de acolher os viciados”, sugeriu o titular.
ESPECIALIZADO
Com relação aos roubos de fios, Pepe foi categórico ao afirmar que estes casos não têm nenhum tipo de ligação com os usuários de drogas. “Pessoas com a capacidade de abrir uma caixa de força de qualquer estabelecimento ou desligar uma rede de energia em postes para poder retirar os fios fazem parte de uma quadrilha especializada. Portanto, um dependente químico não iria se expor ao risco de morrer eletrocutado”, salientou.
DEIC E DECAP
Segundo o delegado, a questão é tão grave que a Polícia Civil tem equipes do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital) e do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) investigando. “Isto porque, além do furto, esses casos envolvem grandes receptadores que alimentam o comércio ilegal. Por isso todas as informações, imagens ou características de suspeitos são importantes para a solução dos casos”, concluiu.