Carentes de grandes eventos de cultura, o Tatuapé e outros bairros da Zona Leste não costumam ser congratulados com apresentações de música clássica. Diante desta realidade, moradores questionam as secretarias de Verde e Meio Ambiente, e de Esportes, Lazer e Recreação com relação à falta de atitude neste sentido.
A estudante Amanda dos Santos, por exemplo, afirma que costuma assistir a este tipo de espetáculo no Parque do Ibirapuera, Parque da Juventude, entre outros das zonas Sul e Norte. Ela afirmou que não pretende, com isso, tirar a presença das orquestras de outros bairros, mas dividir o encontro musical com regiões mais afastadas do centro da cidade.
ROCK E SAMBA
Já a assistente social Elaine da Silva, sugere uma programação rotativa que possa atender aos clubes, parques ou áreas de lazer da Zona Leste pelo menos uma vez por mês. Elaine ressaltou ter visto apresentações de grupos de rock e samba dentro do Parque Esportivo do Trabalhador – Anália Franco. “Se foi possível montar todo um aparato para receber os músicos e técnicos envolvidos com esses estilos de música, por que não para acolher a Orquestra Sinfônica Municipal, por exemplo”, indicou.
OUTROS LOCAIS
Além do PET Anália Franco, a região também possui outros espaços capazes de receber estes espetáculos, como o Parque do Carmo, em Itaquera, Parque do Piqueri, no Tatuapé ou Parque Ecológico do Tietê, em Engenheiro Goulart (Ermelino Matarazzo).
No Conjunto José Bonifácio, a Praça Brasil costuma reunir milhares de pessoas para ver eventos organizados por emissoras de rádio. Apesar dessas opções, além de outras que possam surgir ou serem adaptadas, a Prefeitura não tem apoiado a vinda dos clássicos para a Zona Leste.
OSESP ITINERANTE
No caso do Estado, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo possui o projeto Osesp Itinerante, que conta com o apoio de uma empresa responsável pela montagem de palcos ao ar livre. Mesmo assim, conforme sua assessoria de imprensa, é preciso que a população entre em contato com a Prefeitura para, a partir daí, haver um convite formal à direção artística da Osesp. Quando há a confirmação do interesse, a equipe de produção vai até o local para fazer uma avaliação sobre a capacidade de infraestrutura para montagem do palco, alimentação, camarins, entre outros detalhes. Os dois últimos lugares que receberam a orquestra foram os parques Independência e Vila Lobos.
SECRETARIA DE ESPORTES
Primeiramente, a Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação (Seme) agradeceu pelo posicionamento da Gazeta do Tatuapé em se preocupar com este tipo de demanda, tão importante para a cidade de São Paulo.
Quando a possibilidade de levar orquestras ao PET Anália Franco, a Secretaria revelou que é possível a realização de eventos culturais neste espaço. Inclusive a assessoria ressaltou que já existe o programa Bosque da Leitura, que acontece no parque em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura.
Segundo a assessoria da Seme, para conceber eventos culturais é necessário fazer um trabalho conjunto que esclareça as demandas que envolvam desde o planejamento até o impacto causado no parque e adjacências.
NÃO HOUVE PROCURA
A Secretaria salientou que, desde 2008, quando assumiu a gerência do PET, não houve nenhum tipo de procura quanto à realização de eventos musicais com orquestras nas dependências do parque.
Para a assessoria, considerando ainda o fato de que o conselho de usuários do parque é um dos mais atuantes e participativos do programa Clube Escola, existe a possibilidade de haver investimentos em eventos culturais com a cooperação da Seme, dos próprios usuários e de iniciativas externas.
A Secretaria também coloca como imprescindível a participação de órgãos voltados ao trabalho cultural, pois eles têm uma expertise na realização de grandes apresentações que a Secretaria de Esportes não possui. Por fim, ela se disponibilizou a receber sugestões.

