Um dos setores mais afetados pela crise que se instaurou no governo Dilma foi o imobiliário.
Justamente um setor que depende de financiamentos em condições que possam ser absorvidos pelo grande público comprador de imóveis, que é um bem caro e que só funciona com os financiamentos.
No último ano, como se sabe, foi sacado muito mais dinheiro da poupança do que depositado e esse cenário persiste este ano, porque a crise continua e agora no auge, atingindo todos os setores da economia nacional.
A poupança é a grande fonte de onde provém os financiamentos. A Caixa se viu travada por falta de recursos e os bancos privados, embora ofereçam os financiamentos, sempre são em condições mais desfavoráveis.
Agora, depois que a porta foi arrombada, com muitos imóveis em estoque, paralisação de obras, alto índice de desemprego, prejuízo enorme para as incorporadoras, imobiliárias e todo o setor ligado a essa indústria da construção civil, o governo acordou e começa a mexer-se no sentido de encontrar soluções.
Por um lado, a União está limitada porque a inflação e o ajuste fiscal restringem medidas mais arrojadas. Por outro, alguma coisa tem que ser feita, pois, sem dúvida, esse setor é uma das molas mestras do desenvolvimento e não pode continuar travado, criando sérios e irrecuperáveis prejuízos.
Para isso, o governo começa a preparar um pacote de medidas, contudo falta determinar qual o tamanho exato dos mecanismos para não comprometer a inflação e o pacote de ajustes fiscais.
Nesse mister, o Banco Central é uma boa fonte de recursos com os depósitos compulsórios, aqueles que os bancos têm de deixar e que deverá ser usado, segundo planificado, para financiar imóveis até R$ 750.000,00.
As construtoras pediram para o BC liberar tais recursos para financiamento de casas populares, o que não aqueceria demais a economia a ponto de comprometer a inflação.
Por outro lado, há uma obrigatoriedade de que as instituições financeiras cumpram a regra de aplicar 65% dos depósitos da poupança na compra da casa própria. Hoje, os bancos usam artifícios para financiar imóveis comerciais.
Na verdade, foram construídos muitos prédios comerciais, e temos um estoque infindável. Os bancos estavam tentando ajudar a desova desses imóveis, fugindo dessa obrigação de financiar primordialmente as residências.
Por outro lado, na faixa maior, os imóveis podem ser financiados com os recursos do FGTS, de R$ 190 mil, para casas ou apartamentos com valores entre R$ 300 mil e R$ 400 mil. Todavia é preciso autorização do fundo curador do Fundo de Garantia. Por outro lado, há proposta tramitando no Congresso para aumentar a rentabilidade do Fundo, que hoje perde de todos os investimentos do mercado.
De toda forma, esse dinheiro não pode ser usado para financiar imóveis mais caros. Seria uma distorção, pois, em sendo proveniente do FGTS, seria para casas populares. Dentro desse cenário, pode-se avaliar a verdadeira catástrofe que foi a desvairada loucura do PT de perpetuar-se no poder, com políticas unicamente populistas, esquecendo-se da necessidade de verificar os limites de seu caixa para depois distribuir dinheiro a rodo, como instrumento de obtenção de votos custe o que custar.
E custou. A conta chegou e agora quem paga, com absoluta certeza, somos nós. Ficamos sem emprego, sem casa, sem dinheiro, sem nada. Aqueles que, de certa forma, cresceram, agora experimentam o dissabor de voltarem à vida anterior, porque não tem para onde escapar, já que todo o populismo acabou nisso.
O ex-presidente Fernando Henrique, em Nova York, semana passada, quando lá foi para receber merecidamente um prêmio na Câmara de Comércio Brasil/Estados Unidos, disse: “temos um governo fraco, impopular e, o pior de tudo, com escassa credibilidade, que só se mantém graças a um ou dois ministros que Dilma teve de engolir e que estão tentando corrigir os inúmeros erros econômicos de sua lavra. É melhor você ter um governo impopular, mas com credibilidade”.
Hoje, depois de tudo o que já aconteceu, o governo Dilma é impopular e sem credibilidade. Daí a enorme dificuldade de que ele venha a se restabelecer e ainda, em breve tempo, fazer o Brasil voltar a girar sobre o eixo da regularidade, do sucesso e da ampla recuperação.
É o que nos restou depois da “farra” do PT, de seu grande chefe, Lula, e sua fiel escudeira, Dilma.