Jurandir Junqueira Junior, prefeito regional Penha, concedeu entrevista à Gazeta da Zona Leste e falou um pouco sobre suas experiências profissionais e seu trabalho à frente dos problemas da região, que completou 350 anos. Entre suas principais ideias, que serão apresentadas ao prefeito João Doria e ao governador Geraldo Alckmin, está a retomada das obras do Viaduto Engenheiro Alberto Badra (antigo Aricanduva).
Projeto criado na década de 70, o plano consiste na duplicação das pistas e na criação de alças de acesso e saídas para o centro da cidade e a Zona Leste. As alças passariam sobre a marginal do Tietê, linha férrea e Avenida Radial Leste. Para o próprio Junqueira, trata-se de uma obra cara, mas que faz parte de uma demanda antiga dos moradores. “Dependendo do horário, a Avenida Aricanduva fica com o trânsito parado, assim como o viaduto e até parte da marginal. A construção proporcionaria um grande avanço para vários bairros”, frisou o prefeito regional.
Junqueira afirmou que administra outra cidade dentro de São Paulo. Sua afirmação tem como base o fato de ter sob seu comando uma extensão territorial de 42 quilômetros quadrados, incluindo Penha, Cangaíba, Vila Matilde e Artur Alvim. Segundo ele, a área possui mais de 900 mil habitantes, 650 quilômetros de ruas e avenidas e 350 praças. Além disso, a região tem 50 mil árvores catalogadas e a extensão de um milhão em áreas verdes. “Pelo seu tamanho, se a Penha fosse um município, dentro do Estado, ela estaria em 14º lugar”, ressaltou.
ZELADORIA
O prefeito regional admitiu que os buracos estão entre seus maiores problemas. Conforme Junqueira, em uma das operações foram tapados 27 só na Rua Tarumã. “A solução seria o recapeamento, pois o último ocorreu há oito anos. Atualmente, como o asfalto existente está muito ruim, fechamos mil buracos, mas surgem outros 500”, avaliou Junqueira.
Para ele, as 500 toneladas de asfalto por mês, que eram liberadas pela Secretaria das Prefeituras Regionais, para o serviço de tapa-buraco, não eram suficientes. “Diante dessa realidade, o prefeito Doria reuniu todos os regionais para avisar que, com a obtenção de alguns apoios e redirecionamento de verbas, seria possível aumentar para 650 toneladas/mês a quantidade de asfalto para os serviços”, relatou.
João Doria resgatou R$ 200 milhões do fundo de multa da CET, solicitou mais R$ 100 milhões ao Ministério da Integração Nacional e também pediu R$ 25 milhões ao governo do Estado e mais R$ 75 milhões às concessionárias Comgás, AES Eletropaulo e Sabesp, que também produzem buracos pela cidade. “Apesar disso, R$ 400 milhões não são suficientes para tapar todos os buracos da cidade. A partir daí, a proposta foi a de escolher eixos principais. Assim, nós optamos pela Avenida Assis Ribeiro”, explicou.
MORADORES DE RUA
Na região da Rua Guaiaúna há muitos moradores de rua e, muitas vezes, formam-se conjuntos de barracos. Sobre o tema, o prefeito regional adiantou que recebe a assistência da Smads, mas, se possível, ele iria verificar a possibilidade de ter um CTA (Centro Temporário de
Acolhimento). “Nós os retiramos, mas eles sempre voltam. É uma questão delicada, porém, estamos atentos”, salientou Junqueira.
REGIONAL TATUAPÉ
O entrevistado defendeu a criação da Prefeitura Regional Tatuapé. Para ele, o bairro é muito grande e estar subordinado às prefeituras regionais Mooca e Aricanduva/Formosa/Carrão dificulta a realização de muitos serviços. O prefeito regional também se predispôs a apresentar a questão ao vice-prefeito e secretário das Prefeituras Regionais, Bruno Covas.
HISTÓRIA
Junqueira nasceu na Vila Esperança e sempre foi morador do bairro. É sócio do Clube Esportivo da Penha há 51 anos e boa parte de sua carreira militar foi exercida na região. Major da reserva da PM, quando criança o prefeito regional ia à casa de sua avó, imigrante da Espanha, em um imóvel que ficava ao lado da igreja velha da Penha. Formado pela Academia do Barro Branco, ele iniciou sua carreira pública em 1980. No Palácio dos Bandeirantes, exerceu as funções de ajudante de ordens do ex-governador Mário Covas.