Os moradores e comerciantes que vivem e trabalham próximos ao Largo do Bom Parto, Tatuapé, estão preocupados com o distanciamento da Guarda Civil Metropolitana (GCM) no que diz respeito à área de lazer. Segundo Jailson dos Santos, por exemplo, a base da GCM que ficava no local todos os dias começou a espaçar as datas de sua presença no lugar. “Comecei a anotar numa agenda as faltas e elas foram aumentando: um dia, dois, até chegar aos 15 dias sem os guardas civis para observar atitudes suspeitas e preservar o patrimônio do bairro”, ressalta Santos.
CONQUISTA
O comerciante e também morador do bairro fez um apelo durante a reunião do Conseg Tatuapé para que a Prefeitura ajude as pessoas da região. “A base móvel foi uma conquista de empresários e vizinhos que se uniram em prol da conservação do largo. Cada um colaborou da sua forma, apoiando os guardas para a retirada de barracas irregulares ou solicitando a presença de comissários da Vara da Infância e da Juventude para retirarem as crianças dos cruzamentos”, disse o empresário.
FALTA DE RESPEITO
Atualmente, o local volta a sentir a falta da base móvel, pois sem desrespeito com o espaço público tornou a ocorrer. Moradores dizem que algumas pessoas deixam lixo no largo fora de horário, enquanto outras se aproveitam da falta de fiscalização para usar o espaço de maneira indevida.
Quem também está com medo desta indefinição da GCM são os donos das barracas de artesanato que promovem uma feira todas as semanas no local. Conforme eles, a presença dos guardas trazia mais tranquilidade aos consumidores. “Desde o fim do ano passado a base não tem ficado com freqüência no Bom Parto e isto tem gerado problemas”, revela a artesã Eliana Costa.
JOSÉ MORENO
Ela disse que moradores de rua voltaram a usar o lugar como dormitório e guardadores de carro também estão no largo tentando tirar dinheiro dos motoristas que estacionam no local. Eliana denunciou, ainda, que o mesmo problema está ocorrendo na Praça José Moreno ao lado da Avenida Celso Garcia, por conta da base da GCM ter saído de lá para atender ocorrências no centro da cidade.
AMEAÇA DE MORTE
Ana Maria, que produz e comercializa artesanatos nos dois lugares, confirmou as informações de Eliana e acrescentou com dois dados preocupantes. “O afastamento da base fez com que jovens, advindos de vários lugares, começassem a usar o Bom Parto para consumir narguile. Como os frequentadores da feira não sabem que tipo de substância eles estão usando, vão embora com medo”, aponta. Ana declarou, também, ter sido abordada por um homem armado que lhe pedia dinheiro. Quando ela revelou não ter, ele a ameaçou dizendo estar em condicional e não custava lhe dar um tiro.
O OUTRO LADO
De acordo com a assessoria da Secretaria Municipal de Segurança Urbana. a Base Móvel é versátil e atende os programas da Guarda Civil Metropolitana, de acordo com as necessidades e dos índices de vulnerabilidade. A GCM também realiza rondas na região.
A população pode acionar a GCM pelo telefone 153, que funciona 24 horas, ao se deparar com depredações ao patrimônio público, comércio ilegal, bem como pessoas em situações de risco, que são orientadas e encaminhadas, caso queiram, pelos guardas aos atendimentos sociais oferecidos pela Prefeitura. A Guarda Civil Metropolitana atua em parceria com a Polícia Militar da região e qualquer denúncia pode ser feita através do 153 da GCM e 190 da PM.