Realmente esse é um exercício de pesquisa que demandará anos e não se chegará ao final.
Tal qual, como num “balaio de gatos”, quanto mais você fuça, mais aparece gato.
Quando se imagina que já se sabe tudo e que os responsáveis já foram descobertos, aparece mais gente.
O pior é que cada um que aparece, instado a defender-se, sempre diz a mesma coisa: não sei de nada, não conheço esse sujeito, não participei, abro minhas contas, minha vida, e vou colaborar com as investigações.
Seus advogados, cumprem seus papeis, vêm a público e desmentem tudo.
A questão que está pegando, e que realmente preocupa, é que, quando um delator apresenta um nome e o envolve em uma falcatrua, é preciso que ele apresente as provas, que demonstre, de forma irrefutável, que realmente a pessoa está envolvida.
Segundo a lei da delação premiada, se o delator não apresenta provas, sua pena, além de não comutada, ainda fica acrescida de mais cinco anos. Isso deveria dar total credibilidade, mas não se revelam as provas.
Ficamos apenas no blá, blá, blá, e aí reside a dúvida: será que realmente os culpados irão para cadeia ou não?
Temos uma certeza plena, os denunciados estão envolvidos, afinal, os nomes revelados são conhecidos meliantes, disso ninguém duvida, mas um processo para levar alguém à cadeia precisa estar muito bem instruído, robusto em provas e não basta só a denúncia, mas a prova é fundamental.
Vejam o caso do Lula, nunca apareceu uma escritura, um compromisso de compra e venda, um recibo da compra do sitio e do apartamento, tudo repousa sobre as evidências. Até aí, como poderá o Moro decretar a sua prisão se os fatos, embora falados e robustecidos por testemunhas, não sejam provas contundentes?
É isso que estamos sentindo e, com preocupação, percebemos a evolução dos fatos e cada vez tudo fica mais enrolado, até pelo número excessivo de pessoas envolvidas, onde umas se escondem atrás das outras.
Está havendo precipitação até da Justiça; vide o caso do pedido de prisão do trio “parada dura”, o “trio infernal”, que enterrou o Brasil nos últimos 20 anos, Renan, Sarney e Jucá.
E o Cunha, como ficará? Contra este existem provas contundentes, contra ele e sua esposa Claudia, ele deu nó em pingo d’água, mas não funcionou.
Agora o processo vai para a Comissão de Justiça da Câmara e depois para o plenário, onde buscará todas as manobras, pois depende de decisão da maioria, buscando todos os meios, especialmente os mais ilícitos possíveis. Afinal, é a sua especialidade.
Renan já está tentando o impeachment de Janot, aliás, ele deu motivos, agiu muito mal pedindo cadeia sem fundamentação legal, o que está prevalecendo neste momento é o sentimento de revanche e isso acaba contaminando todo o processo.
Com toda sinceridade, começamos a temer pelo destino disso tudo, o processo está lento demais e agora virão as delações da Odebrecht e de seu presidente, Marcelo. Dizem que esta põe fogo no planalto.
Vamos ver se realmente eles trarão fatos novos e robustos para que a investigação tenha elementos suficientes para pegar todos de uma vez e encerrar essa fase que, em verdade, embora necessária, está prejudicando demais a tentativa de recuperação do País.