O governo do prefeito João Doria completou 90 dias de trabalho. Nesse período, até por conta da formação de novas equipes, ficou claro que os abusos por falta de fiscalização aumentaram em toda a cidade. E, como não poderia deixar de ser, o Tatuapé não ficou de fora. Por ser um bairro também noturno, devido ao grande número de bares e restaurantes, algumas irregularidades começam a contaminar alguns estabelecimentos e acabam se tornando corriqueiras, infelizmente.
GUARDA CIVIL
As cobranças por uma fiscalização mais rígida têm ocorrido com frequência. Moradores reclamam, por exemplo, da diminuição da ação conhecida como “rapa”, quando a Guarda Civil Metropolitana agia, sem prévio aviso, para retirar vendedores ambulantes das ruas, fossem eles motorizados ou não. Antonio Bacic lembrou de operações voltadas aos comércios e “dogueiros” do entorno da Praça Silvio Romero. “Quem estava regularizado não precisava se preocupar, mas, em compensação, quem insistia em não se ajustar sofria sérias penalidades. No caso das mesas e cadeiras nas calçadas, se estivessem fora do espaço determinado por documentação, como no caso de alguns pontos da Rua Emília Marengo, eram jogadas dentro da caçamba do caminhão da Prefeitura”, frisou.
FALTA RIGOR
Para ele, quando não há rigor os problemas vão aumentando, pois ninguém quer respeitar a lei. E a comprovação desses abusos tem se traduzido por e-mails que chegam à redação desta Gazeta e ainda pelo número de reclamações registradas nas reuniões dos Conselhos Comunitários de Segurança do Tatuapé e do Parque São Jorge. Sem contar os registros feitos pelo telefone e via Whatsapp.
ENDEREÇOS
Alguns endereços, como Avenida Regente Feijó, Rua Emília Marengo, Rua Antonio Macedo e Rua Cesário Galeno, têm sido lembrados constantemente. Contudo, não quer dizer que sejam os únicos com problemas relativos a barulho, calçadas intransitáveis, vias fechadas, uso de drogas e organização de “pancadões”. No último dia 10 de fevereiro, quando o próprio prefeito veio ao Tatuapé, para lacrar um bar na Rua Itapura, ele disse que as blitze do Psiu (Programa do Silêncio Urbano) iriam continuar sob a responsabilidade das Prefeituras Regionais.
PREFEITO
Doria sugeriu, durante sua visita ao bairro, que as pessoas usassem o número 156 para reclamar. Além disso, que cobrassem os prefeitos regionais. O prefeito pediu, também, que os estabelecimentos respeitassem os moradores, mantendo suas atividades dentro do direito e da educação. Dito isso, todos começaram a exercer a cidadania, no entanto, as solicitações demoram a ser atendidas e as irregularidades se espalham. O bar da Itapura, por exemplo, reabriu e continua gerando problemas.
BUSCA PELA PM
Diante dos momentos de maior desespero, os moradores acabam recorrendo ao número 190 da PM. Mesmo assim, os policiais conseguem, a princípio, abrir o caminho da rua para a passagem de carros, delimitar um espaço aos pedestres, solicitar que o responsável pela música diminua a altura do som, abordar os frequentadores para pedir documentos e até recolher automóveis usados em “bailes funk” na rua. Porém, a PM não pode multar ou fechar bares. Muito menos verificar a documentação do comércio ou retirar mesas e cadeiras.
AGILIDADE
Por parte dos Consegs, o prefeito regional da Mooca, Paulo Sérgio Criscuolo, recebeu abaixo-assinados, fotos e até notas taquigráficas de audiência pública para ficar ciente dos fatos. Resta agora a Prefeitura tentar agilizar o processo, pois os moradores estão se desgastando e muitos donos de bares estão com medo de perderem seus comércios caso não ocorram os acordos.