Repararam no quanto a gente complica a vida? A gente reclama o tempo todo de falta de tempo e de estresse, que não conseguimos fazer exercício físico, pois em geral, estamos cansados, e não fazemos o que queríamos, como por exemplo, ficar sem fazer nada, viajar, passear mais, etc.
Criamos confusão demais para a vida que poderia ser mais simples. Queremos sempre mais, temos a síndrome de ansiar cada vez por mais coisas. Identificamos que precisamos trabalhar, então, temos um emprego e sacrificamos todo nosso tempo para mantermos a nossa produtividade em alta, pois caso contrário, outro pode sobressair a nós e ficar com a nossa vaga. Ou então, criamos uma empresa, que vai tendo cada vez mais funcionários, e junto com o crescimento, vêm as responsabilidades, investimentos extras, e tudo que compõe o mundo corporativo. O problema é que construímos algo e nos tornamos escravos da nossa construção. Ela nos aprisiona, porque não conseguimos mais diferenciar o trabalho como forma de subsistência, prazer e missão do medo de fracassarmos e não mantermos o nosso negócio.
Compramos uma casa bem grande, aliás um apartamento bem grande, e passamos a ter que ganhar mais dinheiro para pagar as despesas. Estaria tudo bem, se utilizássemos 30% dos benefícios desse espaço. Além disso, temos espaços a mais e temos que ter ajuda para conservá-los. Porém, como somos vítimas da poluição, nossa casa precisa ser limpa quase que diariamente e não conseguimos essa mão de obra que se tornou cada vez mais escassa.
Ou seja, o nosso espaço que deveria trazer prazer e tranquilidade para nossa vida, se torna um problema quando percebemos que não conseguimos cuidar como gostaríamos.
Acumulamos coisas a mais, que não usamos no dia a dia, mas que nos dão uma sensação de segurança. Passamos parte da vida trabalhando muito para poder acumular e guardar. Passamos metade da vida guardando dinheiro e a outra metade gastando o mesmo dinheiro com a saúde.
Somos incrédulos, ainda não acreditamos que é a nossa mente, é a nossa vida emocional que determina nossa saúde. E quando constatamos isso, ficamos revoltados. Afinal, se fizemos tudo “certo”, por que, ainda assim, ficamos doentes?
Proponho essa reflexão para este novo ano, que você se lembre de que o importante na vida é você ser feliz e ter saúde. Trabalhe, mas tenha tempo para se cuidar, porque o resto é consequência.
Marilena Borges, é especialista em Psicologia Clínica e Consultora Organizacional. Sócia diretoria do ESEDES Espaço Elaborado para o Desenvolvimento da Essência do Ser e ESEDES Treinamento e Desenvolvimento Profissional. E-mail: esedes@uol.com.br