Apesar da Lei 15.442, de setembro de 2011, que estabelece a responsabilidade pela construção, conservação, reforma e manutenção das calçadas ter sido regulamentada, parece que em alguns lugares ela é esquecida. Como acontece com muitas calçadas no Tatuapé.
Dessa vez a Gazeta chama a atenção para a calçada da Rua Melo Freire (Radial Leste), próximo ao Viaduto Antonio Abdo, que apresenta piso completamente irregular, com pedregulhos e rachaduras.
A estudante da Fatec Tatuapé, Marina Ferreira, sempre faz o mesmo caminho para chegar até a faculdade e conta que o trajeto é como se fosse um obstáculo. “Uma vez precisei vir para a aula de salto, mas foi só uma vez, porque quase virei o pé. Essa calçada é um perigo” conclui Marina.
PERIGO
É muito difícil contabilizar a quantidade de quedas na capital, mas um estudo realizado há 11 anos, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), calculou que em média seriam 100 mil por ano.
O consultor de trânsito Philip Gold atualizou a pesquisa e projetou o número de 170 mil quedas na região metropolitana. Fora esse número, há ainda os gastos, que circulariam em torno de 2,9 bilhões de reais, incluindo despesas hospitalares e outros, como os dias de trabalho perdidos durante a recuperação.
CURATIVOS
Ao mesmo tempo em que os pedestres precisam desviar e ficar a espera de melhorias, há pessoas que resolveram se mobilizar e criar os “Curativos Urbanos”. O grupo que é formado por publicitários e designers usa tapetes de borracha colantes em formato de band-aid e os colocam sob os buracos da capital. Com essa intervenção o grupo pretende chamar a atenção de forma criativa para os locais que necessitam de reparos. A ideia deu tão certo que a ação se estendeu por diversos lugares, como Porto Alegre, Campinas, Salvador chegando até Roma, na Itália.
Enquanto isso, os pedestres precisam mesmo é aguardar que os curativos de plástico se transformem em reparos reais.