Nos últimos fins de semana, frequentadores do Largo do Bom Parto, no Tatuapé, transformaram em pesadelo as noites e madrugadas de quem vive nas proximidades. Como se fosse normal, em carros e motos com escapamentos modificados, os condutores provocavam “estouros” ao acelerarem. Enquanto isso, outros motoristas estacionavam seus carros e abriam os capôs para que o som no último volume pudesse alcançar a todos os presentes na praça. Aliás, o verdadeiro “baile funk” ainda era regado a bebidas alcoólicas e drogas.
CENÁRIO DE TERROR
Sobretudo diante do cenário de terror, boa parte dos moradores culpou o descaso da GCM e da própria PM. Marcos Ribeiro, por exemplo, está em um prédio no qual estão outros 150 condôminos, aproximadamente. Segundo ele, suas mais de 50 ligações para a Polícia Militar, desde o início da quarentena, não foram suficientes. “Somente no fim de semana anterior que os policiais resolveram aparecer. Mesmo assim, pelo fato de toda a comunidade ter se envolvido no processo”, lembrou.
PAREDES VIRARAM BANHEIRO
Ademais, outro morador relatou que as pessoas ficavam se exibindo com os carros, cantando pneus e gritando. Depois, estacionavam os veículos no meio da praça como se fosse normal. Similarmente, dependendo do dia, sexta, sábado ou domingo, a “festa” começava por volta das 21 horas, ou um pouco mais cedo, e ia até as 4 ou 5 horas. Durante a madrugada o largo foi transformado em banheiro público. Homens, mulheres e meninas, na faixa dos 13 anos, usavam o espaço entre um carro e outro, o muro da creche, as paredes dos imóveis e até a areia do “ParCão”.
PM E DELEGACIAS NÃO ATENDIAM
A jovem Laiza Rebouças, que mora nas proximidades há cerca de cinco anos, disse que de uns tempos para cá a abertura de uma adega no largo pode ter ajudado na aproximação das pessoas e depois na invasão completa. Conforme Laiza, no fim de semana, além do “pancadão”, havia luzes instaladas no local e gente gritando a noite inteira. “Tentamos contatos com o 30º DP, 31º DP, PM e GCM, mas ninguém atendeu. E depois que o posto da Guarda Civil saiu da praça a situação mudou para pior”, avisou.
RASTRO DE DESTRUIÇÃO
Ao propósito, agora todos esperam que a PM continue na praça como no fim de semana anterior. Talvez seja a única maneira de acabar com o rastro de destruição deixado após os encontros. Conforme os moradores, no outro dia não há como usar o espaço por conta das garrafas, copos, pinos de cocaína, copos, latas de cerveja e sacos de lixo.
POLÍCIA MILITAR
De acordo com o capitão Felipe de Lima Simões, comandante da 1ª Cia. do 8º Batalhão da PM, as ações seguirão de maneira contínua, não só no Largo do Bom Parto, mas também nas praças Silvio Romero e General Costa Barreto. “Vamos combater os excessos, porém, não existe proibição à aglomeração ou punição para esse tipo de atitude. Estamos diante de uma nova realidade e teremos de alcançar um equilíbrio em relação ao uso de espaços públicos. Aquela ideia das praças do passado parece ter mudado, no entanto, o importante será garantir a convivência de todos os públicos de uma melhor maneira possível”, previu.
ADEGA
Os proprietários da Adega Bom Parto afirmaram que pagam três funcionários, de sexta a domingo, para limparem a praça, vias públicas e o entorno. Eles disseram ter arcado com a colocação de cinco cinzeiros ecológicos e mais dez lixeiras de 50 litros em vários pontos do largo. Disseram também que estão em contato com a Subprefeitura Mooca para fazer parte do programa “Adote uma Praça”. Para os empresários, é um absurdo tentar vinculá-los à baderna, barulho, lixo e aglomeração. Conforme os donos da adega, eles não compactuam com os fatos do fim de semana passado. Inclusive, também ligaram para o 190 para pedir ajuda. Sobre o funcionamento da casa, disseram que abriram às 19h30, mas por volta das 23h30 acabaram fechando quando perceberam o grande fluxo de pessoas.
LARGO DO BOM PARTO,NAS FUSAS DO 30º E 1º CIA.
uma pena, acabaram com a praça…total descaso e falta de respeito com os moradores, além da sujeira…um barulho infernal, e o local está hiper mal frequentado, nem de longe lembra a praça de um tempo atrás… infelizmente!!! não existe o mínimo de noção e consideração por parte dessas pessoas, mesmo pq…não são eles que moram no local, não é mesmo ?! a polícia tomar providências ?! difícil né ! Eu mesma já precisei em situações parecidas, e simplesmente não apareceram !!!