Um grave problema social aflige pessoas que residem no entorno do Hospital Municipal do Tatuapé, pedestres e pacientes: os moradores de rua. Há alguns anos esta Gazeta vem alertando sobre a questão e tem registrado a participação do vereador Toninho Paiva na tentativa de buscar soluções para o caso. A Prefeitura, dentro das ações que lhe cabem, encaminha assistentes sociais para o local, porém os resultados são quase nulos perante o tamanho da dificuldade.
PANORAMA ATUAL
Segundo a assessoria do parlamentar, o ofício mais recente enviado para a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social é do dia 23 de julho. Nele, Paiva critica a postura da Prefeitura e relata um panorama da atual condição do local. Dentre os problemas, pessoas comem e dormem na calçada, tomam banho, fazem sexo, usam drogas e fazem suas necessidades fisiológicas no mesmo lugar. Em outros momentos, pedestres são impedidos de transitar pelo passeio, pois têm de desviar dos moradores, de seus objetos e da sujeira.
RECLAMAÇÕES
De acordo com o vereador, ele recebe reclamações sobre a questão tanto em seu escritório, no Tatuapé, quanto no gabinete, na Câmara Municipal. Elas são encaminhadas por pessoas que moram na região, pacientes, usuários, funcionários e pelo próprio diretor do hospital.
Conforme o político, sua insistência em buscar uma atenção maior para o local tem como base a cópia do relatório produzido, em 28 de abril deste ano, pelo Instituto Social Santa Lúcia e entregue ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) – Mooca.
ABORDAGEM
O documento relata que, diariamente, uma equipe do Serviço Especializado de Abordagem Social (Seas) – Mooca percorre ruas da Água Rasa, Tatuapé, Belém, Pari, Mooca e Brás, no período das 8 às 22 horas, inclusive aos sábados, domingos e feriados.
Com relação à Rua Síria, localizada ao lado do Hospital do Tatuapé, o relatório mostra que uma equipe efetiva faz acompanhamentos sistemáticos a duas mulheres e três homens, que utilizam a calçada como moradia. No espaço há colchões, sofá, pertences pessoais, materiais recicláveis e inservíveis. Dois dos homens disseram realizar atividades como “guardadores de carros”.
DONATIVOS
O texto produzido pelo Instituto revela, também, que alguns carros estacionam nas imediações para distribuir donativos. O mesmo relatório manifesta que no dia 14 de abril todas as pessoas abordadas negaram o encaminhamento para a rede assistencial. Nos dias 16 e 18 do mesmo mês, cinco pessoas aceitaram o serviço de alimentação do Centro de Acolhida Frei Leão. Nas mesmas datas, na Avenida Celso Garcia, dois aceitaram se alimentar em uma unidade da rede, mas outro não.
ALCOOLISMO
No que tange os problemas de saúde, como o uso abusivo do álcool, o relatório aponta existirem ações conjuntas com a Equipe Consultório de Rua, visando o encaminhamento dos usuários que aceitem o tratamento para dependência. Por fim, a análise esclarece que o Seas Mooca manterá um monitoramento sistemático no local.