Com a inauguração no último domingo, 25, de uma nova ciclofaixa na Penha, a Zona Leste conta com mais de 20 quilômetros de vias, total ou parcialmente, dedicadas ao uso de bicicletas.
No Tatuapé, porém, os ciclistas ficam sem saída ao chegarem à estação do Metrô. O representante comercial Marcos Aparecido, 45, que utiliza a ciclovia aos domingos para chegar ao Sesc Belenzinho, narra o percurso sem apoio ao ciclista que precisa percorrer até chegar ao viaduto estaiado do complexo viário Padre Adelino – onde já há uma faixa sinalizada para as bicicletas.
“Quando acaba a ciclovia da Radial começa o trajeto em que disputo o espaço com os pedestres e os motoristas”, diz Aparecido, referindo-se ao percurso que inclui a passarela do Metrô, seguida pelas ruas Tuiuti, Domingos Agostim, Caraguataí e Irapé. São mais de 700 metros não-sinalizados ou fiscalizados.
DEMANDA CRESCENTE
Após superar o trecho “na raça”, o ciclista percebe que não é o único. O estacionamento para bicicletas do centro de cultura e lazer, diz, está sempre cheio. “E o número de ciclistas vem aumentando”, completa.
A ciclovia da Radial Leste, que se estende por mais de dez quilômetros de Itaquera ao Tatuapé, é interrompida na altura do Viaduto Pires do Rio, impedindo os ciclistas de chegarem à estação Belém do Metrô.
“Para nós, ciclistas, seria ideal que a ciclovia continuasse, ao menos, até a estação Belém. Porém, caso seja inviável, a sinalização do trecho até o viaduto estaiado já traria no mínimo mais segurança”, opina Aparecido.
A “legitimação” de caminhos utilizados por ciclistas na cidade, auxiliada por orientações também aos motoristas através de sinalização, é defendida também pela jornalista Aline Cavalcante, 26, do Coletivo Feminino de Ciclistas Pedalina.
OBSTÁCULOS
Na semana passada, em série de reportagens sobre o tema, o “Jornal da Tarde” elencou três principais obstáculos do ciclista na ida e na volta do trabalho em dias de semana – quando não há exclusividade.
O primeiro problema acontece nas ruas, onde motoristas não aceitam dividir as vias com os ciclistas, aplicando “finas” e “fechadas”. O segundo ocorre nas alças de acesso a pontes, que são locais com grande número de acidentes devido ao conflito de velocidades (ciclistas a no máximo 20 km/h e motoristas a no mínimo 60 km/h). O terceiro obstáculo apontado é a falta de estacionamentos.
Em relação a estacionamentos, no entanto, a ciclovia Itaquera – Tatuapé está bem servida. Há bicicletários nas estações Corinthians-Itaquera, Guilhermina-Esperança e Carrão, além de paraciclos nas estações Arthur Alvim, Vila Matilde e Penha.