No próximo dia 21, a implantação do novo modelo de tráfego na Avenida Celso Garcia completa dois meses. Nesse período, a Secretaria de Mobilidade e Transportes, em conjunto com a CET, tem travado uma queda de braço com moradores e comerciantes, tanto da própria avenida, como os do entorno. Diante do número de reclamações, reuniões e até manifestações pedindo o recuo do projeto, é possível afirmar que mais de 90% das pessoas foram contra o projeto.
No portal www.gazetavirtual.com.br, dentre as aproximadamente 30 postagens sobre a Celso Garcia, apenas uma delas elogia a decisão tomada pela secretaria. A maior parte dos visitantes da página reclama do aumento do número de congestionamentos e dos atrasos gerados no transporte público, após as alterações propostas.
Quem passa pela via também critica as péssimas condições do asfalto, repleto de ondulações e buracos, e a má qualidade das calçadas, quebradas e sem acessibilidade. Ou seja, a Prefeitura apostou em uma mudança emergencial sem criar uma infraestrutura capaz de absorver o plano de trânsito.
“Avenida tem gargalos”
O passageiro Donizete dos Santos, por exemplo, que reside próximo à avenida, na região do Tatuapé, afirmou que demorava cerca de 30 minutos para chegar ao centro da cidade. Atualmente, ele revelou levar uma hora e dez minutos para percorrer o mesmo trajeto. “Além de não favorecerem a mobilidade urbana, deixaram de investir em transporte público. Do que adianta valorizar o transporte individual, quando um ônibus tem a capacidade de carregar até 40 pessoas?”, perguntou.
Aparecido Rodrigues lembrou da fila de ônibus que se forma na avenida por conta de um coletivo não poder ultrapassar o outro, mesmo quando não há embarque ou desembarque. “São 40 minutos a mais em um corredor que deveria ser expresso”, frisou Rodrigues.
Para os motoristas de carro que usam a Celso Garcia, sentido bairro, nos horários de pico, as novas regras ainda não surtiram o efeito desejado. A ideia deles era a de que, ao fugirem do trânsito parado da Avenida Radial Leste, teriam uma opção mais livre na via alternativa. Contudo, a avenida que tem início junto à Avenida Rangel Pestana, e segue até a Penha, ainda tem vários gargalos nesse percurso. Muitos semáforos estão desregulados ou mal posicionados, em relação a melhora da fluidez do viário, e um número cada vez maior de moradores precisa atravessar a Celso Garcia, utilizando os poucos pontos oferecidos pela CET.
Apesar de todo o embróglio criado pela Secretaria de Mobilidade, o órgão não se mostrou disposto a voltar atrás na decisão de implantar projeto. Para quem está à margem da avenida, a pasta só propriciou ajustes ao que está feito.