Sem corredor de ônibus expresso e sem Metrô, a Avenida Celso Garcia transformou-se em um elefante branco, de acordo com alguns moradores. As promessas de atender a via ficaram no papel e, a cada ano, a mesma se deteriora ainda mais com moradias irregulares, prédios e casas abandonados. Outro problema está relacionado à atitude de alguns motoristas de ônibus, que não respeitam os semáforos e a velocidade permitida.
Desde março de 2010 a discussão sobre a avenida vem se arrastando. Depois de abortar o plano de apresentar uma linha expressa que sairia do Parque Dom Pedro e faria um percurso entre os bairros do Brás, Belém, Tatuapé, Penha, São Miguel, Guaianases e Itaim Paulista, a assessoria da SPTrans informou que o responsável pela avenida seria o Metrô. Segundo a assessoria do Metrô, o projeto só seria desenvolvido se o governo Federal destinasse recursos para a obra. Sendo assim, o local foi esquecido por todos.
TRÂNSITO COMPLICADO
Para Cida Welling, que mora próximo da avenida, é um absurdo o que alguns motoristas de ônibus fazem. “Eles saem da faixa exclusiva e logo à frente querem voltar para pegar passageiros, como se fosse uma pista de corrida. O trânsito é muito complicado nos horários de pico, principalmente quando a CET libera uma faixa a mais para o trânsito de carros”, contou Cida.
Ela também disse que os prédios das bibliotecas Cassiano Ricardo e Han Christian Handersen estão sendo pichados com a saída da base móvel da GCM da Praça José Moreno. “Além do patrimônio público, outros imóveis abandonados ou deteriorados estão sendo invadidos e transformados em cortiços. Como uma importante via de ligação com o centro da cidade, a Celso Garcia deveria ser mais respeitada pelo poder público”, reclamou a moradora.
CAPACIDADE
Dentre os acordos entre Estado e Prefeitura, que tentavam dar um destino a uma das avenidas mais importantes de São Paulo, em nenhum momento as assessorias de órgãos responsáveis por projetos ou pela obra levaram em conta a existência de uma Operação Urbana Celso Garcia.
Na época o engenheiro Roberto Watanabe havia avisado que a avenida já tinha uma capacidade de transporte limitada. A Operação Urbana, por exemplo, favoreceria o alargamento da Celso Garcia e, consequentemente, os passageiros que quisessem sair ou chegar ao centro da cidade.
RESULTADOS
Vagner Landi, engenheiro que teve acesso ao projeto do corredor da Prefeitura, disse que o documento não fazia alusão à ocupação das áreas degradadas. As paradas de ônibus iriam para o meio da pista e as calçadas permaneceriam iguais, como na Avenida Santo Amaro.
O vereador Toninho Paiva disse não haver condições para a implementação da Operação Urbana. Trata-se de uma obra grande e existem outras prioridades na cidade. Paiva disse, ainda, que o Metrô traria mais resultados à população, ao invés do corredor.