Moradores de Artur Alvim e da Vila Ré estão preocupados com o abandono da passarela que faz a ligação entre a Praça da Independência (ao lado da Rua Itinguçu) e o final da Rua Maciel Monteiro, esquina com a Avenida Radial Leste.
CONQUISTA
Reivindicação antiga das pessoas que vivem no entorno, a passarela foi uma conquista depois que a chegada do Metrô interrompeu a passagem existente, entre os dois bairros, pela linha do trem. Passados alguns anos, o número de moradores que utilizava-se do equipamento público para atravessar as linhas da CPTM e do Metrô diminuiu na mesma proporção do esquecimento de se fazer a manutenção do acesso.
Para o estudante William da Silva, é uma vergonha ver o estado em que se encontra a passarela. “Do lado da Rua Maciel Monteiro, vândalos arrancaram uma parte das grades de proteção aos pedestres. Quando subimos, vemos o mato crescendo na lateral do acesso e muito lixo”, reclamou.
VÔMITO
No local também é possível perceber que moradores de rua se utilizam do espaço para fazer suas necessidades fisiológicas e para dormir. Além de ter de suportar o mau cheiro, as pessoas ainda tem de desviar de restos de comida, vômito, roupas e sapatos velhos que foram espalhados na parte do acesso sobre a Avenida Radial Leste. O jovem ciclista Igor Lemos afirmou que tinha o hábito de ir até a Praça da Independência para usar os serviços de uma oficina de concerto de bicicletas. “Agora, sou obrigado a procurar outros locais, pois tenho medo de atravessar a passarela”, salientou.
FERRUGEM
O temor de Lemos se dá pelas atuais condições do equipamento de um modo geral. Como as grades são baixas e não há telas ou alambrados nas laterais da passarela, o perigo de uma queda é alto em alguns pontos. Outro problema está relacionado à ferrugem na parte metálica. Com o tempo, as bases dos gradis foram corroídas e, com isso, parte da estrutura de proteção está comprometida.
ALAMBRADO
Parte do alambrado, usado para bloquear a possibilidade de se lançar algum objeto na linha férrea, foi arrancado ou destruído. No tocante à iluminação, não existe nenhum tipo, o que causa ainda mais inquietação, principalmente em quem precisa atravessar o acesso e tem receio de ser assaltado. Tanto de um lado como de outro, há lojas, empresas e prestadores de serviços que estão perdendo a oportunidade de receber mais consumidores. Além disso, os moradores cujo objetivo é o de simplesmente chegar aos bairros voltaram a ficar isolados.